30 de abr. de 2010

News


1) Longa entrevista com blogueira cubana publicada no site Rebelión: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=104205
Fonte: Rebelion
2) Cinco anos de youtube: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100426/not_imp542960,0.php
Fonte: Estadão
3) Uso da internet pelos partidos no próximo pleito: http://www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=2255325
4) Internet e eleições 2010'
- http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=774374
Fonte: Diário do Nordeste
- - Presidenciáveis armam estratégia online: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/presidenciaveis-armam-estrategia-online-para-campanha-eleitoral-20100425.html
5) Projeto Voto Consciente, da Gazeta do Povo, uma interessante iniciativa:
- http://www.gazetadopovo.com.br/votoconsciente/conteudo.phtml?tl=1&id=996070&tit=Site-Voto-Consciente-traz-conteudo-com-o-jeito-da-internet
6) O Goooooooooooooogle lançou recentemente um site que mostra os países que mais requisitam informações e remoção de informações. O Brasil figura no topo da lista até o momento. Os dados cobrem até dez/2009 e só são contabilizados os pedidos de governos e agências governamentais.
http://www.google.com/governmentrequests/
http://www.readwriteweb.com/archives/google_government_requests_more_transparency.php
7) O Banco Mundial está disponibilizando base de dados estatísticos para 200 países do Mundo. A informação para alguns países pode chegar até 50 anos.A base de dados permite inclusive fazer download da informação para uso conforme desejado: http://data. worldbank. org/
8) A WAPOR acaba de lançar o número 0 da Revista Latinoamericana de Opinión Pública. Maiores informações no http://www.waporbuenosaires.org/
9) Site sobre eleições no mundo: http://www.electionguide.org/index.php
10) Luta de classes (de baixo nível) na internet: http://www.correiodopovo-al.com.br/v2/article/Politica/13181/

18 de abr. de 2010

Contra Nelson Justus tome Obama

Eis aí o segredo do sucesso de Obama. Vamos ver se os políticos brasileiros vão ter a coragem de usar a internet para organizar e mobilizar a população e não apenas cabalar votos e fazer propaganda de si mesmos e suas personalidades por este Brasil afora. (SSB)

13 de abr. de 2010

A Internet e seus usos

Por Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi:

A tomar pelo interesse que desperta entre políticos e profissionais, a internet será a grande vedete das eleições este ano. Candidatos, jornalistas, marqueteiros, estudiosos, todos só pensam na rede e no que ela poderá representar.

Nas últimas eleições comparáveis, as de 2006, a internet teve papel modesto. Nenhuma campanha maior, de presidente ou governador, se preocupou muito com ela. De seu uso quatro anos atrás, a principal lembrança é dos vídeos de candidatos bizarros, ridicularizados sem piedade.

Em 2008, a internet subiu de patamar e se tornou destaque em algumas cidades. Entre as capitais, foi fundamental em pelo menos duas, Rio e Belo Horizonte, onde, apesar das restrições legais, assumiu suas feições contemporâneas: sites de relacionamento, comunidades virtuais, campanhas virais (direcionadas pelos comitês ou espontâneas). Para culminar, seu desfecho aconteceu sob o impacto da devastadora paródia de um candidato no YouTube, que, durante dias, permaneceu como campeã brasileira de visualizações.

2008 foi, também, o ano da vitória de Obama, naquela que foi saudada como a primeira grande eleição sob a égide da internet. Ela mexeu com a cabeça dos especialistas em todo o mundo, e se tornou referência para a montagem das estratégias de candidatos nos quatro cantos do planeta. Quem quisesse ganhar uma eleição tinha que fazer como Obama: apostar na internet.

Nessa euforia, as particularidades de cada sociedade e de cada sistema político foram desconsideradas, dentre as quais as nossas. Se funcionava lá, funcionaria aqui, mesmo que fôssemos diferentes em aspectos essenciais. Não se deu a devida atenção ao fato de que, na campanha de Obama, a internet tinha como metas básicas a ampliação do registro eleitoral (dos segmentos mais propensos a votar em sua candidatura) e o aumento da arrecadação (através da multiplicação de pequenos doadores). Duas coisas que fazem pouco sentido no Brasil, onde o voto é compulsório e o cidadão comum não pode ou não quer contribuir financeiramente com os candidatos.

Assim chegamos a 2010, com uma experiência própria relevante, mas ainda incipiente, e a imagem de que a internet é a modernidade, em função do mal digerido exemplo americano. Tornou-se consenso a ideia de que ela será fundamental nas eleições de outubro.

Quem acompanha o processo de organização das principais campanhas, sejam presidenciais ou estaduais, está vendo como cresceram os investimentos destinados à internet e às equipes que prometem milagres através dela. De itens secundários, eles se transformaram em uma prioridade para quase todas.

Com que objetivos se destinam recursos cada vez maiores aos “projetos de internet”? De um lado, para sua finalidade oficial, montar o site do candidato, com todos os recursos (blogs, twitter, etc.) e as ferramentas para torná-lo agradável e útil ao internauta. De outro, no entanto, para ir além, fazendo algumas coisas pouco e outras nada legítimas.

O “pacote de internet” típico oferece diversos serviços: inventar sites de informação (para depois gerar “notícias”); fabricar blogs “espontâneos” de apoio ao candidato; participar de bate-papos e postar comentários, em blogs verdadeiros, favoráveis ao cliente; manipular o tráfego de mecanismos de busca, etc. Sem esquecer que tudo isso pode ser feito em sentido negativo, contra os adversários reais ou imaginários do cliente: notícias falsas, blogs de acusação, postagens hostis, virais de ataque.

É bem possível que a própria internet tenha seus anticorpos para enfrentar a infestação que já estamos vendo e que aumentará até outubro. O antídoto contra as tentativas de manipulá-la não virá do aumento da intervenção de quem quer que seja, mas de seus usuários. Só eles mesmos é que conseguirão separar a informação verdadeira, a troca sincera de opiniões, a crítica honesta e a diversão autêntica que uma eleição pode trazer, da atuação dos profissionais que são pagos para fazer o inverso.

Olho vivo, portanto. Quem for navegar achando que a internet é o espaço da liberdade e da autonomia pode ser fisgado quando menos espera.

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/11/a-internet-seus-usos-282674.asp

12 de abr. de 2010

Call for papers


Deadline for submissions (1st call extension): 24 May 2010 --

IADIS INTERNATIONAL CONFERENCE E-DEMOCRACY, EQUITY AND SOCIAL JUSTICE
2010
Freiburg, Germany, 26 - 28 July 2010
(http://www.edemocracy-conf.org/)
part of the IADIS Multi Conference on Computer Science and Information
Systems (MCCSIS 2010)
Freiburg, Germany 26 - 31 July 2010
(http://www.mccsis.org)

* Conference background and goals
This conference aims to encourage and foster efforts of researchers and practitioners by sharing cutting-edge research, innovations, models, theories and strategies that address issues and challenges related to cultivating online communities for grassroots democracy, equity and social justice.

* Format of the Conference
The conference will comprise of invited talks and oral presentations. The proceedings of the conference will be published in the form of a book and CD-ROM with ISBN, and will be available also in the IADIS Digital Library (accessible on-line).

* Best Papers
Selected authors of best papers will be invited to submit extended versions of their papers to selected journals (i.e. IADIS International Journal on Computer Science and Information Systems - ISSN: 1646-3692) including journals from INDERSCIENCE Publishers.

* Types of submissions
Full and Short Papers, Reflection Papers, Posters/Demonstrations, Tutorials, Panels and Doctoral Consortium.
All submissions are subject to a blind refereeing process.

* Topics for this conference include, but are not limited to:

Citizenship
*Unleashing the power of citizens in developing countries to use the
Internet to drive their own social & political development agenda

Digital divide:
* Achievement of equity by bridging the digital divide and
promoting critical and digital literacies

Participation:
* Provision of effective online platforms for meaningful
participation of citizens

Access
* Optimization of wider access to democratic dialogues through
successful community cultivation

Community cultivation
* Enhance the benefits of social development interventions through
the use of digital, wireless and mobile
technologies for cultivating communities to conduct inquiry and
socio-political action

Sustainability
* Facilitating sustainable grassroots, bottom up co-created
solutions and approaches to leadership, human rights,
and civil society development

E-mentoring
* Reports and reflections on the successes and failures of
deploying e-mentoring strategies for raising political awareness,
civic consciousness and community cultivation

Transference
* North-South, South-South, and public-private partnerships and
collaboration for co-creation of online communities

Community Ownership & Strengthening
* Studies of efforts of involving citizens as stakeholders in
initiatives to promote democracy, social justice and equity
by strengthening their capabilities and promoting their
involvement in online communities.


* Important Dates:
- Submission Deadline (1st call extension): 24 May 2010
- Notification to Authors (1st call extension): 14 June 2010
- Final Camera-Ready Submission and Early Registration (1st call
extension): Until 30 June 2010
- Late Registration (1st call extension): After 30 June 2010
- Conference: Freiburg, Germany, 26 - 28 July 2010

* Conference Location
The conference will be held in Freiburg, Germany.

* Secretariat
IADIS Secretariat - IADIS INTERNATIONAL CONFERENCE E-DEMOCRACY, EQUITY
AND SOCIAL JUSTIVE 2010
Rua Sao Sebastiao da Pedreira, 100, 3
1050-209 Lisbon, Portugal
E-mail: secretariat@edemocracy-conf.org
Web site: http://www.edemocracy-conf.org/

* Program Committee

e-Democracy, Equity and Social Justice 2010 Conference Program Chairs Gurmit Singh, The 3-Os Research & Consulting, Singapore/Switzerland Maggie McPherson, University of Leeds, United Kingdom

General MCCSIS 2010 Conference Co-Chairs:
Piet Kommers, University of Twente, The Netherlands
Pedro Isaías, Universidade Aberta (Portuguese Open University),
Portugal
Dirk Ifenthaler, Albert-Ludwigs-Universität Freiburg, Germany
Nian-Shing Chen, National Sun Yat-sen University, Taiwan

Committee Members: *
* for committee list please refer to http://www.edemocracy-conf.org/committees.asp

7 de abr. de 2010

News











1) China X google: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100324/not_imp528420,0.php
Fonte: Estadão, o jornal democratas
- http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/tecnologia/mat/2010/03/23/china-diz-que-google-esta-completamente-errado-em-acao-contra-censura-916148835.asp
Fonte: O Globo
- Senadores dos EUA criam movimento para internet livre: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1540201-6174,00-SENADORES+DOS+EUA+CRIAM+GRUPO+DE+PROMOCAO+A+LIBERDADE+NA+INTERNET.html
Fonte: Portal G1
2) Eis aí o que é a internet: teremos agora o blog do Chávez: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/03/23/chavez-cria-blog-para-ser-sua-trincheira-na-internet-277161.asp
Vale conferir. Idéia simples, mas boa. Veremos se tem o mesmo destino do Blog da Petrobrás.
Fonte: Blog do Noblat.
3) Se você ainda não sabe o que é o Pew Center, leia esta reportagem: http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5iQBTD8MoW4PmWacPj-Vxk46qWO7g
Fonte: EPA
4) Mais opiniões sobre uso da internet nas próximas eleições numa interessante matéria de O Globo: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/03/19/impacto-da-internet-nas-eleicoes-de-outubro-divide-opinioes-916123399.asp
Fonte: O Globo.
5) ALEMG no youtube: Canal do Expresso no YouTube já ultrapassa 3 mil exibições
Fonte: Boletim da ALMG
6) Internet e greve de fome em Cuba: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100328/not_imp530246,0.php
Fonte: O Estadão
7) A descoberta do óbvio, ou seja: não é só na China que existe controle da Web. Também nos países de democracia "consolidada" isto é um problema: http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2010/03/29/controle-da-internet-cresce-ate-em-paises-democraticos/
Fonte: Financial Time
8) Pré-campanha presidencial na web: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/04/01/e010421878.asp
Fonte: JB online
9) Entrevista com o blogueiro de Obama no Uol: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/04/02/internet-deve-ser-tratada-como-prioridade-nas-eleicoes-2010-diz-blogueiro-de-obama.jhtm
Fonte: Uol
10) Será Marina nossa nova Obama? http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/04/05/marina-aposta-em-campanha-pela-internet-nos-movimentos-sociais-916248483.asp
Fonte: O Globo

6 de abr. de 2010

Observatório da UFMG

Observatório da Web vai rastrear reações de usuários das redes sociais sobre a copa do mundo e eleições presidenciais
segunda-feira, 5 de abril de 2010, às 10h23

Telão instalado em estande oficial do Brasil durante a próxima copa do mundo, na África do Sul, vai exibir ao público um placar diferente: os sentimentos e opiniões sobre seleções e jogadores que se destacarem na competição, expressos em tempo real em sites das redes sociais. Não é preciso, no entanto, esperar até junho para ter contato com a tecnologia que dará sustentação ao serviço: basta acessar o endereço observatorio.inweb.org.br para conferir o recém-criado Observatório da Web e acompanhar o sobe e desce da visibilidade dos pré-candidatos às eleições presidenciais, a partir de indicador alimentado pelo comportamento dos internautas e de sites de informação e relacionamento.

O rastreamento das percepções sobre os dois eventos – copa do mundo e eleições presidenciais – é resultado do trabalho de um grupo de, pelo menos, 30 pesquisadores de quatro instituições federais de ensino aglutinadas em torno do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web, coordenado pela UFMG. Só a UFMG conta com 20 especialistas, sendo 15 do DCC e cinco de outras unidades – Fafich, Escola de Ciência da Informação e Face. Desde novembro, eles desenvolvem a plataforma tecnológica do Observatório da Web. Integrada por dezenas de softwares capazes de extrair trilhões de dados da internet e processá-los para que forneçam conhecimento sobre fatos e pessoas, ela deverá ter todas as suas funcionalidades concluídas em outubro.

“Nossa meta é capturar a evolução de eventos dinâmicos na Web em tempo real, independentemente de sua escala. Por isso, selecionamos acontecimentos como eleições e copa do mundo: eles possuem as características necessárias ao desenvolvimento do projeto”, explica Wagner Meira Jr., pesquisador do Observatório e professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG.

Como estou
Ele observa que o projeto espelha uma evolução da Web, em que os usuários se colocariam, na atualidade, mais sob o lema “Como estou”, em lugar do antigo “O que eu sou”. “Pouco se sabe sobre o autor de tweets {mensagens enviadas pelo Twitter}. O que importa é como sua atuação repercute na rede”, exemplifica. Como essa dinâmica forma redes de várias camadas, nas quais a informação circula, um novo desafio é posto para os desenvolvedores de algoritmos capazes de coletar e processar informações de interesse. “Compreender esse universo exige um esforço de investigação em rede de vários institutos”, avalia o pesquisador.

Os dados que alimentam a primeira versão do Observatório têm sido coletados desde dezembro em 111 jornais e revistas online, portais de notícias, além de sites de relacionamento, como o Facebook, blogs, microblogs – como o Twitter – e YouTube. Processados por softwares desenvolvidos no Departamento de Ciência da Computação da UFMG, eles geram informações sobre visibilidade, propagação da informação na Web, nuvem de tags e polaridade – que traduz o sentimento ou visão negativa e positiva existente na rede, em um dado momento, sobre as personalidades e eventos.

O formato da consulta nesta primeira fase do Observatório permitirá ao usuário comparar, por exemplo, o desempenho dos candidatos ao longo do tempo e identificar a quais fatos estão associadas suas tendências de elevação e queda de visibilidade. No período de teste, a ferramenta mostrava, nesse aspecto, um casamento perfeito entre as performances do presidente Lula e da ministra Dilma Roussef nos últimos três meses. Para os usuários da rede, a aparição de um estava associada à do outro.

Leia a reportagem completa e entrevista com o coordenador do INWeb Virgílio de Almeida na edição desta semana do Boletim UFMG

Fonte: http://www.ufmg.br/online/arquivos/015030.shtml

2 de abr. de 2010

Internet nas eleições



http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/youtube-e-redes-sociais-embaixadas-de-campanha-04029C3966D0C97326?types=A&

02/04/2010 - 07h00
André Naddeo
Do UOL Notícias
No Rio de Janeiro
Sam Graham-Felsen, blogueiro da campanha presidencial de Barack Obama em 2008, concede entrevista ao UOL no Rio
Em 4 de novembro de 2008, quando a contagem dos colégios eleitorais dava conta de que o senador republicano John McCain estava definitivamente derrotado, não foi apenas o grito de “Yes, We Can” diante da recessão econômica, tampouco o fato inédito de um negro ser eleito para ser o 44º presidente dos Estados Unidos, que se sobressaíram na vitoriosa campanha democrata de Barack Obama.

"Na campanha de 2008 do Obama foi o momento que o mundo todo reconheceu o quão poderosa a internet poderia ser numa eleição. Nós arrecadamos dois terços do dinheiro da campanha somente em doações online”. A declaração é de Sam Graham-Felsen, um dos diretores de novas mídias da campanha de Obama à presidência, e responsável pelo site “barackobama.com”, o blog que se transformou em plataforma de campanha responsável por números expressivos.

Além dos dois terços de toda as doações arrecadadas, foram recrutados cerca de R$ 2 milhões de voluntários, outros tantos milhões de seguidores nas redes sociais (Facebook, Twitter, My Space etc), e uma lista de e-mails com 13 milhões de cadastrados foi formada. Por mais que a eleição norte-americana seja por meio de um modelo diferente do brasileiro (cada Estado tem um peso de acordo com o sistema eleitoral do país e a maioria de votos faz o candidato conquistar o colégio de cada federação), o recado para as eleições 2010, na qual os brasileiros escolherão presidente, governador, dois senadores, além de deputados federais e estaduais, está dado.

“Se alguém quer aprender algo com a campanha do Obama tem que levar a internet a sério. Deve ser umas das prioridades da campanha. Deve haver um staff para tratar somente destas novas mídias. E lembrar que estas pessoas não são aquelas que apenas consertam computadores, mas que precisam ser tratadas como gerentes nesta questão. Isso é realmente importante”, aponta o “blogueiro de Obama”, que atualmente é um dos diretores do projeto Aliance for Youth Movements, uma espécie de ONG para jovens ativistas digitais.

De passagem pelo Rio de Janeiro para participar do V Fórum Urbano Mundial das Nações Unidas, e pela primeira vez em solo brasileiro, Sam Graham-Felsen concedeu entrevista exclusiva ao UOL Notícias, na qual, além de dar mais detalhes de toda a campanha do atual presidente dos EUA, aponta a necessidade de os diretórios de campanha brasileiros aderirem à realidade web para conquistar mais eleitores e, principalmente, aproximá-los dos candidatos.

BLOGUEIRO DA CAMPANHA DE OBAMA
Redes sociais são "embaixadas" de campanha
"Internet deve ser levada a sério" nas Eleições 2010
Campanha na TV versus campanha na internet
Histórico

Enquanto no Brasil a internet ainda não serve como plataforma para os políticos mudarem os rumos de uma campanha e a prática fica restrita aos comícios, debates na imprensa e principalmente propaganda na TV e rádio, em 2004, quatro anos antes de Obama chegar à Casa Branca, um outro candidato democrata é considerado o pioneiro na ideia de mobilizar eleitores via web: Howard Dean.

“Ele foi o primeiro a mostrar o poder de se angariar doações e voluntários [pela internet]. Ele perdeu, nem conseguiu vencer [o senador] John Kerry [nas prévias do Partido Democrata].Mas algumas das pessoas que trabalharam na equipe do Obama, especialmente "os cabeças" da equipe de internet, trabalharam anteriormente para Howard Dean, e eles não queriam cometer os mesmos erros que Howard Dean cometeu”, relata Felsen.

“A grande lição foi que aprendemos que a campanha não era só um caminho como: ‘Esta é a mensagem da minha campanha, fique com ela, ou deixe-a de lado’. Ao invés disso, era ‘aqui está o que eu defendo, e eu quero ouvir de você também, diga-nos o que você pensa’. Esta era a nossa atitude, nós queríamos que as pessoas pensassem que elas tinham um lugar na mesa, e que elas realmente tinham importância para a campanha. E nada melhor do que a internet para isso”, completa.

O diretor do “barackobama.com” trabalhou diretamente com o braço direito de Obama e dirigente de todo o processo eleitoral democrata em 2008: David Plouffe. Juntos, eles traçaram a diretriz para estabelecer um canal direto entre o candidato democrata e seus eleitores. "David Plouffe sentiu que era importante ser transparente na campanha, que eles tinham que ter real acesso ao que era a estratégia de campanha. E quando ele fez isso, nossos eleitores realmente gostaram e você podia perceber as doações subindo, as pessoas sentiram que a campanha realmente se importava com elas”, explica Sam.

Leis para a internet nas eleições 2010

Nas eleições deste ano no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autoriza os candidatos a se manifestarem por meio de site pessoal com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedados provedores nacionais. Permite ainda a criação de blogs, redes sociais e serviços de mensagens eletrônicas previamente cadastrados. Proíbe apenas a propaganda eleitoral em sites independentes, mesmo que gratuitamente.

Todas estas normas valem a partir do dia 5 de julho. Tempo suficiente para que haja um planejamento e que estas novas ferramentas sejam utilizadas para mudar o panorama da campanha eleitoral brasileira, segundo Sam Felsen.

“Campanhas inteligentes estão investindo muito mais recursos na internet”, aponta, antes de chamar a atenção para o fato de que este retorno financeiro pode vir em um maior número de doações. “Nos EUA, as campanhas costumavam arrecadar a maior parte do dinheiro de pequenos grupos que faziam grandes doações. Agora eu acho que é o oposto: eles estão procurando o maior número possível de pessoas para se envolverem, porque quando você tem 3 milhões de doadores, mesmo se eles derem só um pouquinho, acaba atingindo números bem grandes”, completa.

No Brasil, a Justiça Eleitoral permite doações diretas aos partidos, inclusive usando o cartão de crédito, mas o cenário ainda é restrito aos pequenos grupos, principalmente empresariais, que doam grandes somas de uma só vez aos candidatos.

Embaixadas do Obama

Twitter, Facebook e My Space são redes sociais que a maioria dos políticos brasileiros já usufruem. Eles possuem perfis, se comunicam com os internautas-eleitores, mas de acordo com o diretor de novas mídias ainda não captaram a essência e o poder destas plataformas.

“Basicamente, nós vimos Twitter, Facebook, My Space e muitos dos outros sites de relacionamento como embaixadas do nosso site. Como uma embaixada é um lugar onde você distribui a mensagem sobre o que o seu país está fazendo, quais são os seus valores, é como nós vimos as redes sociais. Mas fundamentalmente nós queríamos que eles voltassem ao [site] "barackobama.com". Nós queríamos que eles entrassem em nossa lista de e-mail. Não queríamos que eles simplesmente ficassem no Twitter ou no Facebook”, explica.

"Nesta campanha, todos os discursos do Obama estavam no YouTube para todos assistirem integralmente. Além disso, Obama era capaz de fazer mensagens que iam direto aos seus eleitores, sem ter que falar com a mídia antes. Nós tivemos a possibilidade de conversar diretamente com eles. Eu acho que as pessoas puderam ter compreensão do candidato e saber quais eram os seus valores”, completa.

Quem é Sam Graham-Felsen

Sam Graham-Felsen, 28, nasceu em Boston e estudou jornalismo em Nova Iork. Atuou como repórter de política para alguns veículos, entre os quais se destaca o The Nation, especializado no tema.

Quando fez uma reportagem sobre um grupo no Facebook chamado ”One million strong for Barack Obama” (Um milhão apoiando fortemente Barack Obama), que em apenas um dia reuniu 300 mil pessoas, percebeu que “quanto mais eu escrevia sobre como a internet ajudava a mobilização dos jovens, mais eu ficava interessado na campanha propriamente dita”.

Ligou para um dos diretores da campanha, que ainda reunia poucos profissionais, oferecendo seu trabalho. Em duas semanas largou o seu apartamento em Nova Iork e mudou-se para Chicago, onde passaria os próximos dois anos “trabalhando sete dias por semana” até Barack Obama ser eleito o 44º presidente dos Estados Unidos.
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