Observatório da Web vai rastrear reações de usuários das redes sociais sobre a copa do mundo e eleições presidenciais
segunda-feira, 5 de abril de 2010, às 10h23
Telão instalado em estande oficial do Brasil durante a próxima copa do mundo, na África do Sul, vai exibir ao público um placar diferente: os sentimentos e opiniões sobre seleções e jogadores que se destacarem na competição, expressos em tempo real em sites das redes sociais. Não é preciso, no entanto, esperar até junho para ter contato com a tecnologia que dará sustentação ao serviço: basta acessar o endereço observatorio.inweb.org.br para conferir o recém-criado Observatório da Web e acompanhar o sobe e desce da visibilidade dos pré-candidatos às eleições presidenciais, a partir de indicador alimentado pelo comportamento dos internautas e de sites de informação e relacionamento.
O rastreamento das percepções sobre os dois eventos – copa do mundo e eleições presidenciais – é resultado do trabalho de um grupo de, pelo menos, 30 pesquisadores de quatro instituições federais de ensino aglutinadas em torno do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web, coordenado pela UFMG. Só a UFMG conta com 20 especialistas, sendo 15 do DCC e cinco de outras unidades – Fafich, Escola de Ciência da Informação e Face. Desde novembro, eles desenvolvem a plataforma tecnológica do Observatório da Web. Integrada por dezenas de softwares capazes de extrair trilhões de dados da internet e processá-los para que forneçam conhecimento sobre fatos e pessoas, ela deverá ter todas as suas funcionalidades concluídas em outubro.
“Nossa meta é capturar a evolução de eventos dinâmicos na Web em tempo real, independentemente de sua escala. Por isso, selecionamos acontecimentos como eleições e copa do mundo: eles possuem as características necessárias ao desenvolvimento do projeto”, explica Wagner Meira Jr., pesquisador do Observatório e professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG.
Como estou
Ele observa que o projeto espelha uma evolução da Web, em que os usuários se colocariam, na atualidade, mais sob o lema “Como estou”, em lugar do antigo “O que eu sou”. “Pouco se sabe sobre o autor de tweets {mensagens enviadas pelo Twitter}. O que importa é como sua atuação repercute na rede”, exemplifica. Como essa dinâmica forma redes de várias camadas, nas quais a informação circula, um novo desafio é posto para os desenvolvedores de algoritmos capazes de coletar e processar informações de interesse. “Compreender esse universo exige um esforço de investigação em rede de vários institutos”, avalia o pesquisador.
Os dados que alimentam a primeira versão do Observatório têm sido coletados desde dezembro em 111 jornais e revistas online, portais de notícias, além de sites de relacionamento, como o Facebook, blogs, microblogs – como o Twitter – e YouTube. Processados por softwares desenvolvidos no Departamento de Ciência da Computação da UFMG, eles geram informações sobre visibilidade, propagação da informação na Web, nuvem de tags e polaridade – que traduz o sentimento ou visão negativa e positiva existente na rede, em um dado momento, sobre as personalidades e eventos.
O formato da consulta nesta primeira fase do Observatório permitirá ao usuário comparar, por exemplo, o desempenho dos candidatos ao longo do tempo e identificar a quais fatos estão associadas suas tendências de elevação e queda de visibilidade. No período de teste, a ferramenta mostrava, nesse aspecto, um casamento perfeito entre as performances do presidente Lula e da ministra Dilma Roussef nos últimos três meses. Para os usuários da rede, a aparição de um estava associada à do outro.
Leia a reportagem completa e entrevista com o coordenador do INWeb Virgílio de Almeida na edição desta semana do Boletim UFMG
Fonte: http://www.ufmg.br/online/arquivos/015030.shtml
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