Experimental Blog of the research group titled "Institutions, political behavior and new digital technologies" (Geist) coordinated by Professor Sérgio Braga of the Department of Social Science/ UFPR. The group seeks to investigate the use of the internet by different actors from the point of view of political scientist, not that one of the social philosopher, information manager, sociologist of communication nor computer expert's.
31 de ago. de 2009
Próxima aula, 02/09
Nome: Novas Mídias e Representação Política
Prof. Sérgio Braga
Assistente: Maria Alejandra Nicolás
Quartas-feiras, 14:00 – 17:30hs (sala 713)
Ementa: O lugar das novas tecnologias de informação (TICs) nas teorias da democracia. Espaço público, novas mídias e a Internet. Comunicação política e internet. O uso da internet nas campanhas eleitorais e nos processos de deliberação política. O impacto das TICs sobre os sistemas políticos democráticos.
Objetivos: O objetivo do curso é estudar problemas teóricos e práticos referentes às relações entre internet e os sistemas políticos contemporâneos, concentrando-se nos impactos das novas TICs sobre as instituições da democracia representativa. Será dada ênfase aos aspectos empíricos dessa relação bem como ao uso da internet como ferramenta de pesquisa do cientista político. Nesse sentido, a questão que permeará todo o curso é a seguinte: em que sentido as novas mídias estão agregando novas dimensões analíticas aos processos de representação política e aos processos decisórios de uma maneira geral?.
Programa e calendário de atividades
Agosto:
dia 26 (AULA 1) Apresentação do curso: como a internet afeta os sistemas políticos modernos.
Questões para discussão:
1) Existe uma agenda de pesquisa em “Internet e Política”
2) Quais serão os principais problemas tratados no curso?
3) Quais as principais dimensões dos conceitos de representação política na ciência política contemporânea?
Setembro:
Dia 02/09 (AULA 2): Dimensões do conceito de Representação Política.
Referências obrigatórias:
1. Manin Bernard, Przeworski Adam, e Susan Stokes (2006), “Eleições e representação”, Lua Nova, vol.67, pp. 105-138. Link: http://www.scielo.br/pdf/ln/n67/a05n67.pdf
2. MIGUEL, L. F. Representação política em 3-D: elementos para uma teoria ampliada da representação política. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 18, n. 51, Feb. 2003. Available from < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092003000100009&lng=en&nrm=iso >. access on30 Aug. 2009. doi: 10.1590/S0102-69092003000100009
Referências complementares:
1. MANIN, B.; PRZEWORSKI, A.; STOLKES, S. (1999). Democracy, accountability and representation. Cambridge: Cambridge University Press. Tombo: Ifch/Unicamp: 321.8 D 396 Disponível no google books
Questões para discussão:
1) Quais as principais dimensões do conceito de representação política e por que ele é importante para entender o papel da internet nos sistemas políticos contemporâneos?
2) Quais as principais contribuições de Manin ET. al. e Miguel para a compreensão do conceito de representação política?
3) Qual o papel das eleições para o estabelecimento de uma relação de representação política? Você considera que as eleições são suficientes para o estabelecimento de uma RP? Em caso contrário, que outros elementos é necessário introduzir para o estabelecimento de uma verdadeira relação re representação entre eleitor e eleito?
30 de ago. de 2009
Cartão Vermelho para blog do lulismo
Antes mesmo de ser lançado, blog da Presidência já recebe críticas
30/08 - 08:28 - Juliana Kirihata, repórter do Último Segundo
BRASÍLIA – O Palácio do Planalto lançará na próxima segunda-feira o blog da Presidência da República. O site - popularmente chamado de blog do Lula - vai disponibilizar informações das atividades e ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo de forma geral. Apesar de considerarem a iniciativa positiva, especialistas em internet e política criticam o novo blog.
Cf. a reprodução do "blog do Planalto" src="http://publicador06.brti.com.br/publicador/bancoimagem/resizeimagem?codimg=6179433&maxDim=250" proporcao="0.665">
A ideia do governo é usar o site como uma ferramenta para alcançar o público que usa a internet como principal meio de informação. "Eu acho que isso vai servir para algum tipo de aproximação, mas um pouco tarde demais, pois já estamos no final do governo do Lula", avalia Daniela Ramos, professora de Novas Tecnologias da Comunicação da Faculdade Cásper Líbero.
Proximidade
O blog do Planalto funcionará como uma agência de notícias e vai contar com uma equipe de repórteres, editores e programadores para publicar as informações. Não estão previstos posts escritos pelo presidente, além da sua coluna semanal enviada a jornais impressos e que será republicada no blog.
Para a professora, é fundamental que a autoria dos textos seja transparente para conseguir atrair os usuários de internet. "Tem que ficar claro quem escreve e qual é a proximidade dessas pessoas com o presidente", pontua.
Blog trará eventos em que o presidente Lula estará presente
"Outdoor virtual"
De acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, inicialmente os internautas não poderão comentar os textos publicados. Em um primeiro momento, segundo a assessoria, seria inviável abrir o blog para comentários por falta de estrutura da Secretaria de Imprensa - não só para fazer a moderação, mas também para dar respostas aos leitores.
A impossibilidade dos visitantes comentarem também gera críticas dos especialistas. Sérgio Braga, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná, acredita que sem esse tipo de interatividade o blog corre o risco de se tornar um "mero outdoor virtual". "A iniciativa em si é ótima, mas eles têm que fazer um esforço para disponibilizar e facilitar a interação", diz o professor.
A professora de Comunicação e Política da Universidade Federal de Minas Gerais, Rousiley Maia, concorda com o colega. "Por princípio, a ideia de um blog seria exatamente aproximar de uma forma mais direta representantes dos cidadãos. Nesse caso, se não há possibilidade de respostas, esses possíveis benefícios vão por água abaixo. Me parece que se torna mais um meio de propaganda do que uma forma de diálogo", avalia.
A assessoria do Planalto explica que o objetivo não é fazer do blog mais um instrumento da "'guerra política' que está tomando conta da internet, mas priorizar um portal de noticiário e serviços".
Como ferramentas de interatividade, o governo afirma que os textos poderão ser copiados por outros blogs e, assim, serem comentados. Eventualmente, os responsáveis pelo blog do governo, que terão acesso a estes comentários, poderão respondê-los para dar a sua versão dos fatos. Outra ideia que poderá ser adotada, de acordo com o assessoria, é a criação de enquetes para que as pessoas possam se manifestar sobre determinados assuntos polêmicos.
Política na internet
Com internet, Obama conseguiu milhares de novos eleitores.
O blog do Planalto foi inspirado no criado pela equipe do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante as eleições americanas realizadas no ano passado.
Durante a corrida à Casa Branca, a internet foi um elemento essencial na campanha dos democratas. "Foi um peso alto, porque o Obama conseguiu que milhões de novos eleitores se cadastrassem e conseguiu arrecadar uma quantia significativa de dinheiro", afirma Daniela Ramos.
Após a eleição, o portal do governo dos Estados Unidos foi reformulado, mas, assim como previsto aqui no Brasil, o blog da Casa Branca também não é aberto a comentários.
Mesmo com a inexperiência de alguns políticos, Sérgio Braga destaca o forte papel da internet nas próximas eleições. "Ela será um meio importante para os cidadãos manifestarem sua indignação em relação aos políticos e à forma de fazer política no Brasil atualmente".
Dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) confirmam o avanço da internet no País. Em setembro de 2000, havia 5,1 milhões de usuários ativos de internet residencial. Hoje, são 27,5 milhões.
Para as próximas eleições, o sociólogo Sérgio Amadeu prevê uma disputa virtual acirrada. "Sem preparo ou com preparo, os políticos vão ter de enfrentar a comunicação distribuída. Quem não estiver preparado vai ser engolido", afirma.
Leia também:
PSDB lança site e se arma para 'guerra cibernética'
Fonte: Portal IG (30/08/2009)
29 de ago. de 2009
Transparência entre aspas
Após ser apresentado na sessão plenária desta quarta-feira (26) na Assembléia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), pelo deputado Durval Amaral (DEM), que coordenou a comissão especial para implantação do portal, o “Portal da Transparência” (http://www.aleppr.com.br) entrou no ar no dia seguinte, dia 27 de agosto de 2009, tornando-se um marco histórico para o avanço democrático do Poder Legislativo do Estado do Paraná.
No entanto, há muito a melhorar e evoluir. O objetivo do portal seria proporcionar aos paranaenses um espaço de controle da gestão administrativa, financeira e fiscal do legislativo. Para o líder da oposição, Élio Rush (DEM), “o objetivo do Portal da Transparência é mostrar como cada deputado gasta sua verba de ressarcimento”. A verba de ressarcimento atualmente é de R$ 27.500 mil reais. Cada um dos 54 deputados, também possui R$ 32 mil reais que são utilizados para pagamento dos funcionários pessoais, sendo que os salários podem ser distribuídos da forma que o parlamentar desejar.
Como afirmou o presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), o portal está em fase de construção, o que significa que quem deseja acessar informações importantes tais como relação dos servidores (tema muito polêmico, pois envolve denúncias de nepotismo), ainda encontra o link “em desenvolvimento”. De acordo com Justus, “sabemos que ainda há muito por fazer e só terminaremos este trabalho no último dia da nossa gestão”. O presidente da Alep, ao se justificar pela falta de dados no site, disse que o grande culpado pela correria e pela falta de conteúdo no site foi ele mesmo, pois “não se marca data nessas ocasiões”, sendo ele quem afirmou que o Portal estaria pronto até o final de agosto.
No entanto, informações importantes como presença dos deputados nas sessões, resultado das votações, embora haja o painel eletrônico e voto aberto, a lotação e o salário dos servidores, sem falar nos polêmicos Diários Oficiais não serão encontradas no “Portal da Transparência”. O portal é resultados dos Projetos de Resolução números 03/09, 04/09 e 05/09. Os projetos de Resolução destinam-se a regular as matérias de caráter político, administrativo e processual, sobre as quais deva a Assembléia pronunciar-se exclusivamente em casos concretos, conforme dispõe o Regimento Interno no artigo 121, parágrafo 2 e incisos. Sendo que o chamado “Portal da Transparência” é um link localizado no site oficial da Assembleia (http://www.aleppr.com.br).
Fonte: Daniela Drummond – Vigilantes da Democracia (28/06/2008)
Cientista Político da UFPR fala sobre “Portal da Transparência” da Alep
Para avaliar o novo site da Assembléia Legislativa após a inauguração do Portal da Transparência, O Vigilantes da Democracia realizou uma entrevista com o professor de Ciência Política da UFPR, Sérgio Braga. O professor é especialista em assuntos de comunicação política e internet, e autor de um trabalho publicado em 2007 avaliando os sites legislativos brasileiros e sul-americanos, que foi publicado pela Câmara dos Deputados e pode ser acessado no seguinte link: (http://www2.camara.gov.br/internet/eve/realizados/portal_seminario2007/material.html)
Daniela- Como você avalia os itens sobre Gestão Administrativa (base cadastral dos servidores, tabela de vencimentos, salários dos deputados) e Gestão Fiscal (balanços de receita, despesa, pessoal, dívida, títulos) presentes no site da ALEP?
Sérgio Braga- Informações sobre estes itens são fundamentais, mas insuficientes. É importante que se informem os funcionários de carreira e comissionados. Informações sobre concursos públicos realizados e por fazer também são muito importantes, pois a profissionalização e modernização dos órgãos legislativos exige a contratação periódica de funcionários concursados e competentes. Além dos relatórios de gestão fiscal, é necessário informações sobre todos os gastos da casa, especialmente as licitações em andamento e realizadas, pregões e outros gastos em manutenção e custeio. Como referência, pode-se basear no exemplo do site da Assembléia de Minas Gerais e de outras Assembléias, onde há informações detalhadas sobre todos estes itens:
http://www.almg.gov.br/index.asp?grupo=administracao&diretorio=concursopublico&arquivo=concurso_publico]
Na Assembléia Legislativa do Paraná há uma espécie de "orçamento secreto", de naturezxa análoga às "nomeações secretas" de nosso respeitável Senado Federal. Os principais beneficiários dessa leniência são chefes de Executivo populistas e autoritários; funcionários corruptos e prevaricadores, e deputados assistencialistas, fisiológicos e clientelistas, que se bandeiam para tal ou qual governo em função de suas conveniências eleitorais. Além disso, é indispensável que sejam publicizadas no Portal informações sobre todas as votações nominais realizadas, pois é uma vergonha que os eleitores e contribuintes não saibam como se comportam os deputados em plenário.
Aqui, como em outros itens, um bom exemplo é o site da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul:
http://www.al.rs.gov.br/ , onde há dispositivo regimental tornando obrigatória a votação nominal de todas as proposições relevantes e a disponibilização online de todas as votações nominais desde 2000.
Daniela- Como o professor avalia as informações sobre custeio da atividade parlamentar presentes no novo Portal da Alep, tais como verbas de ressarcimento, cota postal e telefônica, viagens em missão oficial?
Por fim, é fundamental que, assim como na Câmara dos Deputados, se crie um Comitê Gestor de funcionários concursados e qualificados para gerenciar e monitorar a implementação de todas estas mudanças, e se amplie o diálogo com a sociedade civil (imprensa, universidades ,etc.), para tornar mais eficiente a implantação de todas estas inovações e fortalecer e institucionlizar os órgãos legislativos.
Os políticos brasileiros, com raras exceções (tais como Gilberto Kassab, Fernando Gabeira e Manuela D'Ávila nas últimas eleições), ainda não aproveitam todos os potenciais da internet. Eles consideram que, pelo fato da população brasileira não ser ainda inteiramente incluída digitalmente, a internet não será importante, o que a meu ver é um equívoco, pois a internet tem importantes efeitos multiplicadores indiretos. Sou otimista em relação a isso e acho inclusive que as pessoas aprenderão rapidamente a usar estes recursos, com muito mais eficiência do que pensam os analistas acadêmicos do fenômeno.
27 de ago. de 2009
Entrevista sobre papel da internet nas eleições com a Profª Vera Chaia (PUC/SP)
Segundo especialista, baixo acesso e descrença nos políticos diminuem força da web na campanha eleitoral brasileira
Por Ana Carolina Saito
BARREIRA CULTURAL Para Vera Chaia, a mobilização no Irã e o apoio a Obama pela rede dificilmente se repetiriam no Brasil |
Além dos tradicionais palanques, os candidatos que participarão das eleições no próximo ano se preparam para o embate no mundo virtual. A coordenadora e pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (Neamp) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), professora Vera Chaia, alerta que a corrida já começou fora e dentro da internet, que será usada de forma intensiva por marqueteiros políticos e militantes.
Por outro lado, a cientista política pondera que há valorização exagerada da internet por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao limitar a campanha eleitoral online. Ela lembra que o acesso à rede mundial de computadores no Brasil, assim como a participação política dos cidadãos, é ainda restrito se comparado a outros países. "A internet não vai mudar a política brasileira", diz a professora, que, nas eleições de 2006, se dedicou à análise das comunidades políticas na rede social Orkut.
Em seu pós-doutorado, pela Universidad Rey Juan Carlos, ela acompanhou, na Espanha, o uso da internet na disputa presidencial de março de 2008 na qual foi reeleito José Luiz Zapatero. A experiência resultou no projeto de pesquisa "Uso das novas tecnologias na ação política no Brasil e na Espanha". Nesta entrevista à ISTOÉ, ela analisa as estratégias políticas na web.
ISTOÉ - A ação política está se intensificando na internet?
Vera Chaia - De 2006, época das eleições no Brasil, para 2008 na Espanha, ocorreu um avanço muito grande. Lá, além dos candidatos terem se apropriado, e muito melhor, da internet, construindo formas de interação efetivas entre eles e seus possíveis eleitores, tivemos a ação das televisões espanholas, que abriram espaço para os cidadãos se manifestarem. A TVE, a televisão pública espanhola, colocava no ar perguntas de eleitores feitas para os candidatos, via You- Tube, no dia do debate. No caso dos candidatos, tivemos formas de atuação muito diferentes. Um deles, por exemplo, construiu um avatar no Second Life.
ISTOÉ - A campanha presidencial de Barack Obama pode ser considerada um marco nessa evolução?
Vera - A estratégia foi diferente das adotadas nas eleições espanhola e brasileira. O Obama investiu muito na internet porque havia grandes vantagens. Primeiro, é muito barato e tem um alcance muito maior se os cidadãos estiverem habituados a navegar em sites políticos. Porém, o aspecto mais inovador da campanha de Obama é que praticamente toda a arrecadação foi feita via internet. Mesmo depois das eleições, havia venda de camisetas, souvenirs e ainda um link para fazer doações.
ISTOÉ - Esse modelo pode se reproduzir no Brasil em 2010?
Vera - O hábito do americano é muito diferente do do brasileiro. O uso da internet e a participação política dependem muito da cultura de cada país. O Brasil é um país com cerca de 45 milhões de pessoas que acessam a internet, mas não os sites políticos. Os sites de entretenimento e e-mail são mais visitados. No caso do Obama, os simpatizantes fizeram vídeos manifestando apoio ao candidato, eram pessoas anônimas que decidiram se manifestar.
"O blog do Lula pode levantar algumas questões que devem ser pensadas com o objetivo de produzir efeito positivo para o governo" |
ISTOÉ - E como deve se comportar o internauta brasileiro?
Vera - No Brasil é diferente. Estamos acompanhando escândalos que fazem com que a população tenha uma desconfiança muito grande da política e dos políticos. O que vai acontecer é o uso e abuso da internet pelos marqueteiros, assessores de campanha, militantes. Os blogs e comunidades online já começaram a campanha, mas isso limitado ao universo dos partidos, candidatos e simpatizantes. Em 2006, fiz uma análise de uma comunidade do Orkut, a "Casa da Mãe Joana", que pregava o voto nulo ou a abstenção. Havia uma polêmica: uns defendiam a abstenção, ou seja, negavam a participação política; outros, o voto nulo, que seria uma forma de se manifestar, mas ainda participar do processo. A participação se dará nesses dois níveis: ou simpatizantes e pessoas ligadas aos partidos ou manifestações contra qualquer tipo de envolvimento.
ISTOÉ - No Irã, a internet foi usada para driblar a censura e mobilizar a população. É possível pensar em um movimento parecido no Brasil?
Vera - O mais relevante foi que todas as críticas foram divulgadas pela internet e as grandes manifestações que ocorreram no Irã foram registradas principalmente pelo celular. É muito diferente no Brasil. Se você convocar qualquer manifestação via internet, não terá resultado como no Irã, já que lá existe uma oposição ao regime dos aiatolás que faz com que haja uma articulação. Existe um cerco em relação à internet no Irã, que inviabiliza o acesso a informações diretamente do país. Na China, houve um protesto nos 20 anos do massacre da Praça da Paz Celestial e essa manifestação só pôde ser acompanhada pela internet.
ISTOÉ - O movimento "Fora Sarney" no Twitter já conta com sete mil seguidores. Recentemente, o jornal britânico "The Guardian" publicou um artigo sobre a campanha online "Greve do Bigode". Como avalia esses protestos?
Vera - A entrada da internet é extremamente positiva, pressiona mais pela resolução de um problema. É extremamente benéfico. Mas essa manifestação não vem para o mundo real. Não consegue mobilizar. As "Diretas Já" e o "Fora Collor" foram manifestações feitas sem internet. Hoje, existe uma facilidade de convocação pela internet, mas ela não ocorre e não será atendida devido à nossa cultura. É muito cômodo se manifestar pela internet, é mais asséptico, já que você não suja as mãos, não corre, como aconteceu anos atrás. Além disso, tem o lado do descrédito da vida política brasileira, de um certo ceticismo em relação à política, à possibilidade de mudanças na nossa sociedade
A expansão do uso da internet pode mudar a ação política?
Vera - Há duas posições entre os pesquisadores da internet. Uns são os ciberotimistas, que acham que a internet vai propiciar uma participação política efetiva, que os cidadãos vão poder se manifestar, e vai compensar a falta de participação numa democracia representativa. Outros são os cibercéticos, que não acreditam que vai ocorrer mudança efetiva porque o controle das informações está nas mãos de um grupo. O acesso é limitado e a participação é de poucos, daqueles que já participam efetivamente na vida real.
ISTOÉ - E qual é a sua posição?
Vera - Fico entre os dois extremos. Penso que essas manifestações coletivas são muito boas, são uma forma de pressão. Mas, achar que a internet vai mudar a vida política brasileira, isso não. Pode mudar a sua vida pessoal, você pode arranjar casamento, ampliar o seu círculo de amigos, baixar músicas e filmes. Agora, a política não vai mudar. Ela é transplantada para a realidade virtual. As manifestações vão ocorrer entre os próprios participantes dos partidos. A política brasileira não mudou e não vai mudar com a entrada da internet nas campanhas.
ISTOÉ - A Câmara dos Deputados aprovou uma reforma eleitoral que cria regras para as campanhas políticas na internet e impõe limites para a cobertura online. Qual é a sua avaliação?
Vera - Nos Estados Unidos e na Espanha, os sites são livres, são mais liberados para a manifestação. Na minha opinião, deve haver o controle de rádio e televisão, que são concessões públicas. Já fizemos análise das eleições 2000, 2002, 2004 pelos telejornais e rádio. A única possibilidade de os canais fugirem um pouco da legislação eleitoral é nos debates. Aí não tem como controlar o que os candidatos vão falar e o que os jornalistas vão perguntar. Já toda a cobertura é muito controlada. O que não pode acontecer na internet.
ISTOÉ - Por quê?
Vera - Acho que esse controle é censura mesmo. É um grupo determinado que participa da internet, não é uma população inteira. Essa população vai continuar tendo acesso pela televisão no horário gratuito de propaganda política. Será ainda o principal meio de divulgação. Quais são os lares que possuem computadores? Mesmo nas lan houses, o que os jovens vão fazer? Vão procurar sites de política? Não vão. Vão jogar, se comunicar com outros amigos. Existe uma valorização exagerada da internet na campanha eleitoral por parte do Tribunal Superior Eleitoral. Quem vai se aproveitar mais da internet são os marqueteiros, os partidos políticos.
ISTOÉ - Mas a falta de controle também não é um risco para os candidatos?
Vera - Não adianta o TSE querer controlar a internet. Eles precisariam de um número imenso de funcionários para poder controlar sites, comunidades, blogs. O controle sempre existiu, mas entre os partidos mesmo. Se alguma coisa saiu em um site, o outro partido reage e negocia a retirada daquela informação.
Vera - Em 2006, quando o site do PT colocou aquela informação de que a dona Maria Lúcia Alckmin possuía mais de 400 vestidos, houve uma negociação com o PSDB, que exigiu que eles tirassem do ar. O PT viu que havia exagerado. A informação era correta, mas a vida pessoal não deveria aparecer no site. Esse conflito vai continuar existindo. São táticas e estratégias diferentes usadas pelos partidos nos sites e nessa disputa online.
ISTOÉ - O Palácio do Planalto anunciou a criação do blog e da página no Twitter do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vê algum risco nessa iniciativa?
Vera - Na internet sempre existe um risco, de se ouvir o que não quer. É claro que o governante atual está sempre atento a novos mecanismos de participação e um deles é o blog. Mas o internauta pode, por exemplo, fazer críticas ao governo, à postura do Lula e determinadas posições políticas. Se você não sabe o que as outras pessoas pensam, é mais fácil governar. Acho que esse é um risco, mas também é inevitável. Não dá para você deixar de ter uma comunicação direta com o cidadão nos dias de hoje.
"As 'Diretas Já' e o 'Fora Collor' foram manifestações sem internet. Hoje, existe uma facilidade de convocação, mas ela não ocorre devido à nossa cultura" |
ISTOÉ - Mas pode haver também uma manipulação das informações?
Vera - Algumas questões levantadas pelo internauta podem ser levadas em conta, mas deve existir uma triagem das informações, das dúvidas, das críticas. Também pode acontecer uma transformação da internet em um espaço de debate, mas um debate sempre direcionado. É possível que sejam colocadas questões que interessam somente ao governo. O blog do Lula pode levantar algumas questões que devem ser pensadas com o objetivo de produzir efeito positivo para o governo.
ISTOÉ - A internet pode dar mais transparência ao debate político em 2010?
Vera - As comunidades têm uma força política por trazer à tona determinadas discussões que não se fazem, muitas vezes, presentes de forma mais clara na vida real. Em 2006, acompanhei algumas comunidades e uma delas tentava justificar a derrota de Geraldo Alckmin. Havia claramente brigas políticas entre dois grupos presentes na comunidade. Um ligado ao José Serra e outro ao Alckmin. E os "alckmistas", como eles se denominavam, criticavam o PSDB e o Serra por não terem dado o apoio devido em 2006 à candidatura de Alckmin. E foi efetivamente o que aconteceu. Nesse sentido, você vê o conflito se manifestando na internet. No mundo real, você ouve, mas não acompanha. A vantagem da internet é que muitas coisas são clarificadas.
26 de ago. de 2009
Saudades do Stanislaw
http://www.ibase.br/modules.php?name=Conteudo&pid=2732
2) Artigos do Prof. Emerson Urizzi Cervi que, com o talento e a competência de sempre (o que não significa dizer que concordemos com tudo o que ele fala) analisa a mesma legislação e publicada no blog do GAC: Parte 1: http://gac-nusp-conjuntura.blogspot.com/2009/07/projeto-de-lei-da-reforma-eleitoral-vai.html; Parte 2: http://gac-nusp-conjuntura.blogspot.com/2009/07/projeto-de-lei-da-reforma-eleitoral-vai_13.html
3) Notícia interessante da Senado sobre a mobilização dos aposentados via internet: Aposentados se mobilizam pela internet em favor de projetos, diz PaimFonte: Agência Senado
4) O famoso video do Rolling Stones que está disponível na internet: Documentário proibido dos Rolling Stones cai na internetFonte: Abril
5) Site Força Verde, com videos sobre os povos indígens: http://www.peleverde.com.br/#/pt/episodio/1
6) Lista de premiados do Nuevo Periodismo. Excelentes blogs: http://www.fnpi.org/premio/nominados-octava-convocatoria/nominados-internet-octava-convocatoria/
7) Entrevista com o governador de São Paulo, José Serra, publicada no "Estadão" sobre seus hábitos internéticos e seu uso do twitter: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090824/not_imp423633,0.php
8) Notícia sobre projeto de X-Gov que está sendo desenvolvido pela Escola Politácnica da USP: http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/08/24/projeto-x-gov-quer-diversificar-midias-para-atender-cidadaos/
9) Agora são os ingleses que ameaçam aprovar uma lei punindo quem compartilha arquivos pela Web:
Grã-Bretanha quer aprovar lei que corta acesso à web de quem ...
10) Excelente entrevista da professora Vera Chaia, da PUC-SP, sobre o uso da internet nas eleições brasileiras, publicada na revista Isto é (clique aqui).
Número Especial da American Politics sobre Redes Sociais
Social Networks and American PoliticsContents: September 2009, Volume 37, No. 5 [Index by Author]
Michael T. Heaney and Scott D. McClurg
Social Networks and American Politics: Introduction to the Special Issue American Politics Research 2009 37: 727-741. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Jennifer Nicoll Victor and Nils Ringe
The Social Utility of Informal Institutions: Caucuses as Networks in the 110th U.S. House of Representatives American Politics Research 2009 37: 742-766. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Matt Grossmann and Casey B. K. Dominguez
Party Coalitions and Interest Group Networks American Politics Research 2009 37: 767-800. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Manoj K. Shrestha and Richard C. Feiock
Governing U.S. Metropolitan Areas: Self-Organizing and Multiplex Service Networks American Politics Research 2009 37: 801-823. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Jan E. Leighley and Tetsuya Matsubayashi
The Implications of Class, Race, and Ethnicity for Political Networks American Politics Research 2009 37: 824-855. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Casey A. Klofstad
Civic Talk and Civic Participation: The Moderating Effect of Individual Predispositions American Politics Research 2009 37: 856-878. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Seung-Jin Jang
Are Diverse Political Networks Always Bad for Participatory Democracy?: Indifference, Alienation, and Political Disagreements American Politics Research 2009 37: 879-898. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Mathew D. McCubbins, Ramamohan Paturi, and Nicholas Weller
Connected Coordination: Network Structure and Group Coordination American Politics Research 2009 37: 899-920. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
Robert Huckfeldt
Interdependence, Density Dependence, and Networks in Politics American Politics Research 2009 37: 921-950. [Abstract] [PDF] [References] [Request Permission]
20 de ago. de 2009
O fim da televisão?
Pelo menos esse é o título de um provocativo dossiê publicado pelos Anais da Academia Americana de Ciência Política e Ciências Sociais. Eu torço para que eles estejam certos. Os mais otimistas prognosticam até o fim da profissão de jornalista. A ver. Assim que ler os textos, vou aqui discutindo as idéias mais interessantes. (SSB)
The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science --
Table of Contents AlertA new issue of The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science has been made available: The End of Television? (So Far): 1 September 2009; Vol. 625, No. 1
URL: http://ann.sagepub.com/content/vol625/issue1/?etoc The End of Television?
Elihu Katz The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 6-18 http://ann.sagepub.com/cgi/reprint/625/1/6?etoc
Sharing and Showing: Television as Monstration Daniel Dayan The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 19-31 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/19?etoc
We Liked to Watch: Television as Progenitor of the Surveillance Society Joshua Meyrowitz The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 32-48 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/32?etoc
What Is U.S. Television Now? Amanda D. Lotz The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 49-59 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/49?etoc
Contextualizing the Broadcast Era: Nation, Commerce, and Constraint William Uricchio The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 60-73 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/60?etoc
Of Time and Television John P. Robinson and Steven Martin The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 74-86 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/74?etoc
The Face of Television Paul Frosh The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 87-102 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/87?etoc
The Performance on Television of Sincerely Felt Emotion John Ellis The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 103-115 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/103?etoc
Cultural and Moral Authority: The Presumption of Television David E. Morrison The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 116-127 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/116?etoc
Television, Public Participation, and Public Service: From Value Consensus to the Politics of Identity Peter Lunt The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 128-138 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/128?etoc
Gender and Family in Television's Golden Age and Beyond Andrea Press The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 139-150 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/139?etoc
Half a Century of Television in the Lives of Our Children Sonia Livingstone The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 151-163 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/151?etoc
Political Communication --Old and New Media Relationships Michael Gurevitch, Stephen Coleman, and Jay G. Blumler The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 164-181 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/164?etoc
Television News and the Nation: The End? Menahem Blondheim and Tamar Liebes The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 182-195 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/182?etoc
End of Television and Foreign Policy Monroe E. Price The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 196-204 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/196?etoc
Television and the Transformation of Sport Garry Whannel The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 205-218 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/205?etoc
The Dialectic of Time and Television Paddy Scannell The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 2009;625 219-235 http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/625/1/219?etoc
17 de ago. de 2009
Os políticos que aqui gorjeiam
por Filipe Serrano Author->prefered_name() -->, Seção: Internet, Rede social, Política às 16:17:53 .
Vocês devem ter visto a reportagem no caderno desta semana sobre os políticos que já estão no Twitter. No jornal couberam apenas 13 nomes, mas lista que fizemos é muito mais extensa. Não são só senadores e deputados que têm Twitter, mas também prefeitos, vereadores, ministérios, partidos e até o Ministério Público Federal.
A lista abaixo é baseada nos nomes registrados no site Politweets e em uma árdua pesquisa do Link no próprio Twitter e em notícias na web que falam sobre perfis de políticos e órgãos públicos no site. A gente descartou os perfis que não continham textos relevantes que comprovassem a autoria ou aqueles que estavam abandonados, com poucas atualizações.
UPDATE: Também selecionamos os perfis indicados pelo usuário @twittespol
UPDATE 2: A lista continua crescendo. O Leandro, de Curitiba, acaba de sugerir mais de 20 nomes.
UPDATE 3: Mais 35 nomes adicionados, a partir de sugestões de leitores e pesquisas. Usei o Tweepz, um buscador muito bom para achar usuários do Twitter. Vale a dica. São mais 8 deputados federais, 8 deputados estaduais, 6 vereadores, 5 na categoria 'OUTROS', 3 prefeituras, 3 partidos, 3 do Ministério Público e 1 fake. Também inauguro a categoria 'CURIOSOS', que tem, por exemplo, um assessor de um vereador de São Sebastião (SP) que fica narrando a rotina na Câmara Municipal de um jeito bastante engraçado.
UPDATE 4: Outros 21 políticos na lista, enviados pelo @leocardozzo. Obrigado. Continuem colaborando.
UPDATE 5 - 6/8/09: Mais 21 nomes sugeridos por leitores do Link por e-mail e pelos comentários. São: 1 senador, 1 deputado federal, 3 deputados estaduais, 2 prefeitos, 1 prefeitura, 6 vereadores, 3 perfis de partidos, 2 fakes e 2 na categoria "Outros". Os novos nomes estão em itálico. Apesar do termo fake (falso), alguns dos usuários responsáveis pelos perfis declaram abertamente que a página não é atualizada pelo político, mas foi criada em homenagem a ele/ela. Como não são oficiais, preferimos mantê-los nessa categoria. Uma novidade nessa atualização é o perfil do senador Cristovam Buarque. Ele deixou de ser atualizado por um eleitor-fã, que tinha a permissão do senador, e passou para o próprio político em um novo perfil @Sen_Cristovam.
Para contribuir com outros nomes ou indicar reparos envie e-mail para filipeserrano @ estadao.com.br. Quem se habilitar, pode fazer um mashup também, que a gente publica.
Última atualização: 06/08/2009 às 15:20
LEGISLATIVOSENADORES (17)- Aloizio Mercadante (PT-SP) - @mercadante- Alvaro Dias (PSDB-PR) - @alvarofdias- Cesar Borges (PR-BA) - @SenCesarBorges- Cristovam Buarque (PDT-DF) - @Sen_Cristovam- Delcidio Amaral (PT-MS) - @Delcidio- Demóstenes Torres (DEM-GO) - @demostenes25- Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - @flexaribeiro- Inácio Arruda (PCdoB-CE) - @inacioarruda- João Pedro (PT-AM) - @joaopedrosenado- José Agripino (DEM-RN) - @joseagripino- Marconi Perillo (PSDB-GO) - @marconiperillo- Marisa Serrano (PSDB-MS) - @Marisa_Serrano- Paulo Paim (PT-RS) - @paulopaim- Raimundo Colombo (DEM-SC) - @RaimundoColombo- Serys Slhessarenko (PT-MT) - @Serys- Tasso Jereissati (PSDB-CE) - @TassoJer- Valter Pereira (PMDB-MS) - @valter_pereira
DEPUTADOS FEDERAIS (49)- Antonio Carlos Biffi (PT-MS) - @DeputadoBiffi- Antonio Roberto (PV-MG) - @antonioroberto- Arnaldo Madeira (PSDB-SP) - @aamadeira- Beto Albuquerque (PSB-RS) - @BetoAlbuquerque- Dr. Rosinha (PT-PR) - @drrosinha- Edson Aparecido (PSDB-SP) - @edsonaparecido- Eduardo da Fonte (PP-PE) - @eduardodafonte- Efraim Filho (DEM-PB) - @efraimfilho- Fabio Faria (PMN-RN) - @fabiofaria33- Fátima Bezerra (PT-RN) - @Fatima_Bezerra- Felipe Maia (DEM-RN) - @depfelipemaia- Fernando Gabeira (PV-RJ) - @gabeiracombr- Flavio Dino (PCdoB-MA) - @FlavioDino- Geraldo Magela (PT-DF) - @magelapt- Geraldo Resende (PMDB-MS) - @geraldomania- Homero Pereira (PR-MT) - @dphomeropereira- Indio da Costa (DEM-RJ) - @indiodacosta- Jilmar Tatto (PT-SP) - @jilmartatto- João Paulo Cunha (PT-SP) - @depjoaopaulo- Luciana Genro (PSOL-RS) - @lucianagenro- Luiz Paulo Vellozo (PSDB-ES) - @lpvellozo- Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) @deputadamanuela- Mário Heringer (PDT-MG) - @Dep_Mario- Manoel Júnior (PSB-PB) - @depmanoeljunior- Miguel Corrêa (PT-MG) - @miguelcorrea13- Milton Monti (PR-SP) - @miltonmonti- Otavio Leite (PSDB-RJ) - @otavioleite- Paulo Abi-Ackel - (PSDB-MG) - @pauloabiackel- Paulo Pimenta (PT-RS) - @deputadofederal- Paulo Rubem (PDT-PE) - @paulorubem- Paulo Teixeira (PT-SP) - @pauloteixeira13- Pedro Fernandes (PTB-MA) - @pedrofernandes1- Pompeo de Mattos (PDT-RS) - @PompeodeMattos- Raquel Teixeira (PSDB-GO) - @DRaquelTeixeira- Rafael Guerra (PSDB-MG) - @rafaelguerra- Raul Henry (PMDB-PE) - @RaulHenry- Ricardo Barros (PP-PR) - @ricardobarrospp- Ricardo Tripoli (PSDB-SP) - @ricardotripoli- Roberto Magalhães (DEM-PE) - @DepRMagalhaes- Rodrigo Maia (DEM-RJ) - @DepRodrigomaia- Rogério Lisboa (DEM-RJ) - @RogerioLisboa- Ronaldo Caiado (DEM-GO) - @deputadocaiado- Sarney Filho (PV-MA) - @sarneyfilho- Solange Amaral (DEM-RJ) - @solangeamaral- Vanderlei Macris (PSDB-SP) - @vanderleimacris- Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) - @deputadavanessa- Vic Pires Franco (DEM-PA) - @BlogdoVic- Walter Feldman (PSDB-SP) - @wfeldman- William Woo (PSDB-SP) - @william_woo (apenas atualizações do blog)
DEPUTADOS ESTADUAIS E DISTRITAIS(29)- André Corrêa (PPS-RJ) - @depandrecorrea- Bruno Covas (PSDB-SP) - @brunocovas- Cabo Patrício (PT-DF) - @dep_patricio- Célia Leão (PSDB-SP) - @depcelialeao- Coronel Queiroz (PTB-GO) - @coronelqueiroz- Dione Hashioka (PSDB-MS) - @dionehashioka- Fausto Figueira(PT-SP) - @faustofigueira- Flavio Bolsonaro (PP-RJ) - @flaviobolsonaro- Jailson Lima (PT-SC) - @DeputadoJailson- Jorge Picciani (PMDB-RJ) - @jorgepicciani- José Bittencourt (PDT-SP) - @jdbittencourt- Luciana Rafagnin (PT-PR) - @LucianaRafagnin- Luciano Batista (PSB-SP) - @deplbatista- Marcelo Rangel (PPS-PR) - @marcelorangel1- Mauro Bragato (PSDB-SP) - @deputadobragato- Osmar Bertoldi (DEM-PR) - @bertoldi- Pastor Edson Praczyk (PRB-PR) - @predsonpraczy- Paulo Davim (PV-RN) - @paulodavim- Pedro Tobias (PSDB-SP) - @pedrotobias- Peninha (PMDB-SC) - @deputadopeninha- Raimundo Ribeiro (PSL-DF) - @RaimundoRibeiro- Roberto Carlos Leal (PDT-BA) - @dprobertocarlos- Robinson Faria (PMN-RN) - @RobinsonFaria- Rodrigo Dantas (DEM-RJ) - @RodrigoDantasRJ- Rui Falcão (PT-SP) - @rfalcao13- Samuel Moreira (PSDB-SP) - @samuelmoreira- Thiago Peixoto (PMDB-GO) - @ThiagoPeixoto- Tomás Figueiredo Filho (PSDB-CE) - @tomasfigueiredo- Walter Prado (PSB-AC) - @walterpradodl
VEREADORES (55)
- Adilson Amadeu (PTB-São Paulo,SP) - @adilsonamadeu- Albert Dickson (PP-Natal,RN) - @albertdickson- Antonio Donato (PT-São Paulo,SP) - @VereadorDonato- Antonio Goulart (PMDB-São Paulo,SP) - @vereadorgoulart- Aurélio Valente (PP-Florianópolis,SC) - @aurelio_valente- Breno Cortella (PT-Araras,SP) - @BrenoCortella- Bruno Ganem (PV-Indaiatuba,SP) - @brunoganem- Bruno Pará (PDT-Santarém,PA) - @brunopara12- Cabo Júlio (PMDB – Belo Horizonte, MG) @cabojuliobh- Caio França (PSB-São Vicente,SP) - @caiofranca- Carlo Caiado (DEM-Rio de Janeiro,RJ) - @CarloCaiado- Carlos Augusto (DEM-Belém,PA) - @vercarlosaugust- Cauê Macris (PSDB-Americana,SP) - @cauemacris- Cícero Teixeira (PCdoB – Diamantina, MG) - @VereadorCicero- Chico Macena (PT-São Paulo,SP) - @chicomacena- Clarissa Garotinho (PMDB-Rio de Janeiro,RJ) - @verclarissa- Clodoaldo Nepomuceno Pinto Junior (PDT- Araucária, PR) - @VerClodoaldo- Daniella Ribeiro (PP-Campina Grande,PB) - @Daniellaribeiro- Dirceu Longhi (PT-Dourados,MS) - @dirceulonghi- Dr. César Cortez - (PV-Limeira,SP) - @drcesarcortez- Eider Dantas (DEM-Rio de Janeiro,RJ) - @EiderDantas- Farid Zaine (PDT-Limeira,SP) - @faridzaine- Floriano Pesaro (PSDB-São Paulo,SP) - @Floriano45- Gabriel Chalita (PSDB-São Paulo,SP) - @gabriel_chalita- Gari Negro Jobs (PSL-Goiânia,GO) - @garinegrojobs- Gilberto Natalini (PSDB-São Paulo,SP) - @gnatalini- Henrique Arantes (PTB-Goânia,GO) - @henriquearantes- Jair Cezar (PSDB-Curitiba,PR) - @JairCezar- João Antonio (PT-São Paulo,SP) - @joaoantoniopt- João Luiz Cordeiro "João do Suco" (PSDB-Curitiba,PR) - @joaodosuco- Jonny Stica (PT-Curitiba,PR) - @jonnystica- José Damaso (PDT-Palmas,TO) - @damasotocantins- José Police Neto (PSDB-São Paulo-SP) - @policeneto- Laudelino Lamim (PMDB-Itajaí,SC) - @vereadorlamim- Leonardo Mion (PSDB-Cascavel,PR) - @Leo_Mion- Lucas Machado (PSDB-Tupã,SP) - @lucasmachado_- Luiza Maia (PT–Camaçari, BA) – @LuizaMaia13- Marcelo Ramos (PCdoB-Manaus,AM) - @marcelo_ramos- Mary Regina dos Santos Costa "Sargento Regina" (PDT-Natal,RN) - @sargentoregina- Ney Lopes Jr. (DEM-Natal,RN) - @neylopesjr- Omar Sabbag Filho (PSDB-Curitiba,PR) - @OmarSabbagFilho- Paulino Abranches (PT-Itajubá,MG) - @paulinoabranche- Paulo Pedra (PDT-Campo Grande,MS) - @PauloPedra- Pedro Paulo (PT-Curitiba,PR) - @verppaulo- Rafael Dalcin (PDT-Carlos Barbosa,RS) - @rafaeldalcin- Renata Bueno (PPS-Curitiba,PR) - @renatabueno- Ricardo Patrese (PTB-Piritiba,BA) - @ricardopatrese1- Ricardo Teixeira (PSDB-São Paulo,SP) - @rickteixeira- Roberto Carlos (PT-Serra,ES) - @RobertoCarlosPT- Roberto Tripoli (PV-São Paulo,SP) - @robertotripoli- Sadao Nakai (PSDB-Santos,SP) - @sadaonakai- Samuel Lucas (PMN-Rosana,SP) - @Samuellucas33- Soninha Francine (PPS-São Paulo, SP) - @SoninhaFrancine- Tico Kuzma (PSB-Curitiba,PR) - @ticokuzma- Ubiratan "Bira do Banco" Pedroso (PT-São José dos Pinhais,PR) - @sjpinhais- Virmondes Cruvinel Filho (PSDC-Goiânia,GO) - @Virmondes
EXECUTIVOGOVERNADORES (1)- José Serra (PSDB) – governador de SP - @joseserra_
GOVERNOS ESTADUAIS (5)- Acre - @noticiasdoacre- Amazonas - @governoamazonas- Bahia - @agecom- Minas Gerais - @governomg ou @agenciaminas- São Paulo - @governosp
PREFEITOS (6)- Beto Richa (PSDB) - Prefeito de Curitiba - @BetoRicha- Luiz Caetano (PT) - Prefeito de Camaçari (BA) - @PrefeitoCaetano- Marcia Rosa de Mendonça Silva (PT) - Prefeita de Cubatão (SP) - @marciarosa- Micarla de Sousa (PV) - Prefeita de Natal (RN) - @micarladesousa- Odelmo Leão (PP) - Prefeito de Uberlândia (MG) - @odelmoleao- Tarcízio Pimenta (PSB) - Prefeito de Feira de Santana (BA) - @tarciziopimenta- Toshio Misato (Ourinhos-SP) - @toshio_misato
PREFEITURAS (13)- Amparo (SP) - @pref_amparo- Balneário Camboriú (SC) - @prefbalcamboriu- Bertioga (SP) - @bertioga- Caraguatatuba (SP) - @caraguaoficial- Guaíra (SP) - @guairasp- Juiz de Fora (MG) - @SCS2009- Maringá (PR) - @ASCOMMaringa- Mogi das Cruzes (SP) - @PrefeituraMogi- Nova Iguaçu (RJ) - @prefeiturani- Peruíbe (SP) - @PPeruibe- São Paulo (SP) - @prefeituraSP- Tubarão (SC) - @governotubarao- Uberlândia (MG) - @prefeituaudi- Viana (ES) - @prefeituraviana
MINISTÉRIOS (3)- Ministério da Saúde - @msinfluenzaa- Ministério da Cultura - @CulturaGovBr- Ministério do Trabalho - @TrabalhoGovBr
OUTROSMINISTÉRIO PÚBLICO (9)- MPF-AC - @MPF_AC- MPF-PA - @MPF_PA- MPF-PE - @MPF_PE- MPF-RN - @MPF_RN- MPF-RO - @MPF_RO- MPF-SP - @MPF_SP- MPF-TO - @MPF_TO- Procuradoria Regional da República da 3ª Região - @mpf_ppr3- Promotoria de Justiça de Esteio (RS) - @mpesteio
PARTIDOS POLÍTICOS (17)- PSDB-SP - @psdbsp- PSDB Jovem - @psdbjovem- PSDB-MG - @psdbmg- Partido Verde - @partidoverde- Partido Verde-SC - @partidoverdesc- PT-PI - @ptpiaui- PT-CE - @ptceara- Juvetude Democratas - @juventudedem- PTB - @ptb14- PPS - @pps23- PR-SP - @pr22sp- Juventude PSDB (SP) - @jpsdbsaopaulo- Partido Pirata - @partidopiratabr (*não é um partido institucional)- PC do B - @PCdoB_Oficial- PT-SP - @ptpaulista- PT - @PTrabalhadores- PT - @PT_13
OUTROS (15)- Agência Câmara - @AgenciaCamara- Andrea Matarazzo (Secretário Municipal das Subprefeituras de São Paulo) - @AndreaMatarazzo- Assessoria de Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho de SP - @TRTSP- César Maia (DEM)- ex-prefeito do Rio - @ExBlogCesarMaia- Blog da Petrobras - @blogpetrobras- Edinho Silva (presidente do PT-SP) - @edinhosilva- Fundação CASA - @FundacaoCASA- Gleise Hoffmann– Presidente do PT-PR – @gleisi- Iberê Ferreira de Souza - vice-governador e secretário do Meio Ambiente do RN - @ibereferreira- José Onério (PDT) - ex-prefeito de Indaiatuba - @ZeOnerio- Luciano Rezende (Secretário Estadual de Esportes e Lazer do Estado do Espírito Santo) - @LucianoRezende- Rogério Barreto Alves (Vice-Prefeito e secretário de Transportes, Segurança e Defesa Social de São Vicente) - @SargentoBarreto- Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP - @agriculturasp- Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais - @Sectes- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais - @socialmg
FAKES (14)- @yedacrusius- @serra2010- @requiao- @josesarney (já está fora da ar)- @collorsenador- @fernandocollor- @senadormaosanta- @aecionevesmg (fora do ar)- @teovilela- @cabojulio- @blog_do_aloysio- @KatiaAbreu- @Maluf- @RFreirePPS
CURIOSOS (3)- Câmara Municipal de São Sebastião (SP) - @fabiogabinete- Eleitor Brasileiro - @lheira- Fake do Senador Eduardo Azeredo, com o propósito de combater o projeto de lei sobre a internet - @senadorazeredo
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10 de ago. de 2009
Internet & Café da Manhã
Internet substitui café da manhã como 1ª tarefa do dia
Brad Stone
Karl e Dorsey Gude, de East Lansing, Michigan, se lembram de manhãs mais simples, não muito tempo atrás. Sentavam-se à mesa e conversavam durante o café da manhã. Liam o jornal e só tinham de competir com a televisão, pela atenção de seus dois filhos adolescentes.
» Para ingleses, só alimentação é mais importante que tecnologia
» Quase 30% dos ingleses levam laptop e celular para a cama
» Marinha dos EUA proíbe uso de redes sociais durante serviço
Isso foi no século passado. Hoje, Gude acorda às 6h para verificar suas contas de e-mail, Facebook e Twitter. Os dois filhos, Cole e Erik, começam cada manhã com mensagens de texto, videogames e visitas ao Facebook.
A nova rotina rapidamente se tornou fonte de conflito na família, e Dorsey se queixa de que a tecnologia está reduzindo o tempo de convivência familiar. Mas até mesmo ela terminou por sucumbir, ao menos em parte, à tendência, e costuma abrir seu laptop depois do café da manhã para verificar mensagens e atualizações.
"Coisas que eu considerava inaceitáveis alguns anos atrás agora são comuns em minha casa", disse. "Por exemplo, nós quatro começarmos o dia cada um em um cômodo, com um computador".
A tecnologia alterou muitas das rotinas da vida, mas para muita gente ela alterou completamente os rituais no passado previsíveis com que o dia era iniciado.
A era da internet mudou a cara das manhãs nos Estados Unidos. Depois de seis ou oito horas de desconexão com a rede - um período também conhecido como "sono" -, as pessoas cada vez mais acordam e ligam ansiosamente seus celulares e laptops, às vezes até antes de saírem da cama e de se dedicarem a atividades biologicamente mais urgentes.
"A rotina diária costumava envolver acordar, ir ao banheiro, escovar os dentes e depois apanhar o jornal", diz Naomi Baron, professora de linguística na American University e autora de trabalhos acadêmicos sobre a interferência da tecnologia na vida cotidiana. "Mas agora aquilo que fazemos primeiro mudou dramaticamente. E eu mesma sou a primeira a admitir: quando acordo, a primeira coisa que faço é verificar meu e-mail".
Os filhos dos Gude dormem com os celulares na cabeceira da cama, e por isso começam seus dias recebendo mensagens de texto em lugar de com o barulho de um despertador. Karl Gude, professor na Universidade Estadual do Michigan, envia mensagens de texto aos filhos para acordá-los.
"Usamos mensagens de texto como uma espécie de interfone residencial", diz ele. "Eu poderia subir e acordá-los, mas eles sempre respondem as mensagens de texto". Os Gude recentemente começaram a manter seus aparelhos eletrônicos desligados, para compensar a perda de tempo de convivência familiar durante a semana.
Em outros domicílios, o impulso de entrar online antes mesmo de sair de casa faz aumentar ainda mais o caos da rotina já bastante apressada de uma manhã.
As manhãs de dias de semana há muito tempo se transformaram em um processo frenético, atabalhoado. Agora, as famílias que um dia costumavam brigar para ver quem lia o jornal ou usava o chuveiro primeiro em lugar disso brigam pelo acesso ao computador, se a casa só tiver um deles - ou brigam sobre o uso de aparelhos eletrônicos em casa, quando as pessoas poderiam, em lugar disso, estar se comunicando diretamente, como família.
"No passado eles não iam a lugar algum sem os seus cobertorezinhos de estimação; agora, os trocaram por celulares, que têm até um cordão umbilical: o carregador", diz Liz Perle, mãe em San Francisco que lamenta a imersão de seus dois filhos adolescentes em procedimentos tecnológicos, a cada manhã. "Se as camas deles ficassem longe das tomadas, provavelmente dormiriam no chão".
O aumento no número de pessoas que levantam cedo se reflete nos padrões de tráfego da Internet. As empresas de Internet costumavam ver tráfego pesado só quando as pessoas ligavam seus computadores no trabalho, mas agora o movimento pesado começa mais cedo.
A Arbor Networks, empresa de Boston que analisa o tráfego de Internet, diz que o tráfego de Web nos Estados Unidos se reduz gradualmente entre a 0h e as 6h, na costa leste, mas depois, quando chega a manhã, recebe uma forte injeção de cafeína. "É como um foguete que decola às 7h", diz Craig Labovitz, diretor científico da empresa.
A Akamai, que ajuda empresas como Facebook e Amazon.com a acompanharem a demanda dos visitantes, diz que o tráfego começa a mostrar elevação ainda mais cedo, lá pelas 6h. A Verizon Wireless reporta que o número de mensagens de texto enviadas entre as 7h e as 10h aumentou em 50% em julho, ante o mesmo mês em 2008.
Tanto adultos quanto crianças têm bons motivos para se conectar logo que acordam. Os pais podem ter de responder a e-mails de colegas que trabalham em outros fusos horários. Os filhos verificam mensagens e posts de Facebook de amigos que vão dormir em horário diferente - e ocasionalmente se esquecem de suas tarefas como parte do processo.
Em maio, Gabrielle Glaser, de Montclair, Nova Jersey, comprou para Moriah, 14 anos, sua filha, um laptop Apple como presente de aniversário. Nas semanas seguintes, a menina perdeu o ônibus escolar três vezes, e em vez de brincar com o cachorro da família por 20 minutos a cada manhã, antes de sair para a escola, passou a apenas abrir a porta para que ele pudesse sair ao quintal.
Moriah reconhece que negligenciou a escola e o cachorro, e diz que a culpa é do Facebook, já que atualizações importantes de parte de seus amigos podem estar à espera dela quando acorda. "Tenho amigos que acordam e já conversam online desde cedo", disse. "Isso certamente me levar a querer verificar o site".
Algumas famílias tentam limitar o uso matinal de Internet. James Steyer, fundador da Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com crianças e entretenimento, acorda todo dia às 6h e dedica uma hora ao seu BlackBerry, respondendo a contatos vindos de todo o mundo.
Mas na mesa do café, quando se junta à sua mulher, Liz, e aos quatro filhos do casal, com idades dos cinco aos 16 anos, laptops e celulares estão proibidos.
Steyer diz que ele e os filhos sentem a tentação matinal da tecnologia. Kirk, 14 anos, muitas vezes esgota seu tempo diário permitido de videogame, uma hora, ainda de manhã.
Até Jesse, 5 anos, começou a perguntar se pode jogar com o iPhone do pai, pela manhã. E Steyer diz que as mensagens que sabe que estão aguardando sua atenção no BlackBerry sempre parecem estar atraindo sua atenção, até mesmo no horário matinal reservado à convivência familiar.
"Mas é preciso resistir ao impulso. É preciso trocar o modo trabalho pelo modo paterno", diz. "Mesmo assim, admito que cumprir minhas normas é difícil até para mim".
The New York Times
Fonte: Internet substitui café da manhã como 1ª tarefa do dia
8 de ago. de 2009
Colcha de retalhos
“A maioria dos websites brasileiros parece colchas de retalhos, porque, a cada posse de um novo presidente, tudo recomeça do zero”. Tiago Peixoto, cientista político
Falhas de informação são generalizadas pelo Brasil
Publicado em 02/08/2009 | Euclides Lucas GarciaNa avaliação do cientista político Tiago Peixoto, pesquisador do Instituto Universitário Europeu, que fica em Florença (Itália), a falta de recursos não serve de justificativa para a baixa qualidade das páginas na internet das assembleias brasileiras. O pesquisador destaca que os orçamentos dos legislativos estaduais dos Estados Unidos, por exemplo, são inferiores aos nacionais. “Não há desculpa para a ausência de informações nos websites, dada a quantidade de recursos versus o benefício que isso traz para a instituição”, defende.
Outro diferencial apontado pelo estudo é que, ao contrário do Brasil, onde indicações políticas geralmente definem os servidores da área de Comunicação, no exterior o setor é ocupado por funcionários de carreira. O resultado são sites infinitamente melhores. “A maioria dos websites brasileiros parece colchas de retalhos, porque, a cada posse de um novo presidente, tudo recomeça do zero”, lamenta. “Para que haja continuidade nos processos, é essencial que não exista interferência política.”
A pesquisa concluiu também que não adianta apresentar todas as informações na internet, se a maioria da população não consegue compreender o que é colocado no ar. “Colocar uma planilha em formato excel no website, por exemplo, é quase um ato inconsequente e até proposital em alguns casos”, afirma. “Isso, na verdade, é um artifício para dizer que toda informação está sendo dada, mas ela não é acessível de fato.”
A visibilidade das informações dentro das páginas foi outro requisito considerado fundamental por Peixoto para definir a qualidade dos sites. “Às vezes, há muita informação, mas sem nenhuma organização e isso deixa o cidadão frustrado”, diz. “Olhei 93 websites e, em alguns casos, cheguei a ficar três horas para achar uma informação. Isso é quase como não ter a informação.”
Escândalos
Ao analisar os recentes escândalos do Congresso Nacional, o cientista político Tiago Peixoto defende que, se houvesse uma transparência efetiva no Legislativo brasileiro, as crescentes denúncias e o desgaste político dos parlamentares não atingiriam o nível atual. “Se existisse transparência desde o início, no primeiro ato questionável o político em questão já seria censurado e começaria a agir com uma conduta diferente”, afirma. “Hoje, quem está pagando um preço político por isso são justamente vítimas da falta de transparência.” Para o pesquisador, ainda que os parlamentares tentem evitar a publicidade dos atos legislativos, de uma forma ou de outra, as ações da administração pública serão abertas, pela imprensa ou por adversários políticos. “Os erros existem aos montes e, quando não há transparência, eles vêm à tona todos de uma vez”, avalia.
Peixoto diz que fica difícil se defender de acusações, quando os erros são repetidos e acumulados. “Quem não age com transparência deve estar preparado para arcar com os custos políticos no momento em que as coisas se tornarem transparentes”, argumenta. “A transparência permite ver o erro, enquanto a falta de transparência permite a persistência no erro.”
O pesquisador, no entanto, avalia de maneira positiva a Lei Capiberibe, sancionada em maio pelo presidente Lula, que obriga o poder público a publicar todas as contas na internet. “Com esse lei, as organizações públicas terão de cumprir essa exigência”, destaca. Na Câmara Federal, tramita um outro projeto de lei sobre transparência, que prevê prazo de 30 dias para que os órgãos públicos forneçam informações aos cidadãos que solicitarem acesso aos dados. A proposta ainda passará pelas comissões da Casa antes de ser levada a plenário.
Fonte: Gazeta do Povo (02/08/2009)