29 de mai. de 2009

A luta de classes no Youtube


O "blog do Josias" (porque la vida es gratis) publicou hoje uma interessante reportagem sobre a "guerra de vídeos" que a oposição e o governo estão travando no Youtube. Agora, com este recurso, o cidadão-internauta pode não só assistir na hora em que desejar os programas eleitorais (e as promessas) dos políticos como também pode salvar os vídeos em seu computador[clique aqui para salvar o programa -- bastante fácil de usar -- para fazer o download de videos do youtube].

Depois ainda existem os "ciberpessimistas" e os "cibercéticos" (Norris, 2001) que afirmaw que a internet é uma mídia como outra qualquer e não mudará nada (ou mudará muito pouco) os sistemas políticos contemporâneos... Segue abaixo a reportagem. (SSB: sujeito a revisão)

PT e oposição travam ‘guerra’ de vídeos no Youtube

Foi ao ar na noite passada, em rede nacional, o programa institucional do PT. Terminada a exibição, a peça foi pendurada no Youtube.

Em dez minutos, o partido expôs as linhas gerais do discurso que pretende esgrimir na campanha presidencial de 2010.


Baseia-se na comparação dos oito anos de Lula com os dois mandatos de FHC.

A era tucana é associada ao apagão, à privatização, ao desemprego, ao arrocho salarial, à vulnerabilidade frente às crises externas e à dependênca em relação ao FMI.

A fase petista é vinculada ao desenvolvimento, ao emprego, ao aumento do salário mínimo, à distribuição de renda e à tenacidade no combate à crise global.

A peça é permeada pela exaltação de três âncoras: o Bolsa Família, o plano do milhão de casas populares e o PAC.

Horas antes da exibição do programa petista, a ONG Contas Abertas divulgara um levantamento incômodo. Traça um quadro desalentador do PAC.

Nas avaliações oficiais, que se baseiam nos empreendimentos de maior vulto, 91% das obras do PAC têm andamento “satisfatório”.

No estudo da ONG, que inclui as pequenas obras de saneamento e habitação, chega-se a resultados bem menos alvissareiros.

Dois anos depois do lançamento do programa, apenas 3% das 10.194 obras do PAC estão concluídas. Pior: 74% das obras nem sequer foram iniciadas.

Na noite da véspera, 48 horas antes da veiculação da publicidade do PT, o DEM também levara ao Youtube um vídeo. Corrobora em imagens o que o Contas Abertas expôs em números.

Exibe um capítulo de algo os ‘demos’ chamam de “Caravana da Transparência”. Tem a pretensão de “desmistificar” o PAC.

Na peça do DEM, o líder Ronaldo Caiado (GO) faz as vezes de repórter. Na abertura, o deputado posta-se defronte da placa de uma das obras do PAC.

Estava no bairro de Santa Maria, em Aracaju (SE). Ali, a chegada do PAC prometia resolver o drama do saneamento básico. Caiado aponta para a placa.

Realça a data de início da obra: 1º de julho de 2008. Indica a data em que deveria ter sido concluída: 26 de fevereiro de 2009.

Depois, sob chuva fina, Caiado desfila por entre manilhas dispostas sobre a lama. Três meses depois da data prevista para o término, a obra é um empreendimento de gogó.

No encerramento do vídeo do DEM, irrompe uma frase que Lula pronunciara justamente em fevereiro: "Estejam certos, nenhuma obra do PAC irá sofrer qualquer diminuição por conta da crise econômica...”

“...Nós cortaremos o batom da dona Dilma, cortaremos o meu corte de unha. Mas não cortaremos nenhuma obra do PAC nesse país seja do tamanha do que ela for”.

Entre os personagens exibidos no programa do PT, há cinco ministros. Dilma Rousseff foi a que teve mais tempo. Falou no meio e no final, logo depois de Lula.

Fez menção ao milhão de casas. Garganteou o PAC. Em reunião realizada na última quarta (27), o PSDB prometeu associar-se à cruzada anti-PAC iniciada pelos ‘demos’.

O vídeo de Aracaju é o terceiro de uma série que se pretende longa. Os dois anteriores exibiram desacertos do PAC em Pernambuco e em Santa Catarina.

Em resposta ao estudo do Contas Abertas, que se baseou em dados oficiais do governo, a Casa Civil de Dilma divulgou uma nota.

O texto não desmente a ONG. A equipe de Dilma argumenta que os projetos de saneamento e habitação (90% do programa) são computados à parte.

Alega-se o seguinte: "Estados e municípios tinham dificuldades de investir nestes setores, o que resultou na carência de projetos em condições de serem executados em curto prazo".

De resto, a nota considera imprópria a comparação feita pela quantidade de obras. Acha que o adequado é considerar o montante dos investimentos.

Escreve a Casa Civil: "Pelo critério adotado, uma pequena obra de saneamento no município de Vilhena, em Rondônia (R$ 33,9 mil) tem o mesmo peso da hidrelétrica de Santo Antonio (R$ 4,7 bilhões), por exemplo".

Na quarta-feira (3) da próxima semana, Dilma virá à boca do palco para expor mais um balanço do PAC. A oposição já prepara o contraponto.

Escrito por Josias de Souza às 05h12

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27 de mai. de 2009

Gleisi e Richa apostam no Twitter



Procuraremos na medida do possível acompanhar neste blog o uso que os políticos fazem do twitter, ferramente que promete ser uma das grandes novidades do próximo pleito, assim como ocorreu nos EUA nas últimas eleições presidenciais. A primeira notícia que postaremos refere-se ao uso que algumas lideranças paranaenses estão fazendo dessa ferramenta. Em breve, uma literatura mais acadêmica sobre o assunto. A reportagem é do "Valor Econômico". (SSB)

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e sua esposa, Gleisi Hoffmann, presidente do PT no Paraná, aderiram ao Twitter, site de microblogs que permite que os usuários enviem informações próprias e acompanhem atualizações feitas por pessoas de seu interesse. Os textos são curtos, com 140 caracteres, e podem ser lidos em computador ou no celular.

"Achei um instrumento bacana de comunicação", diz Gleisi, a primeira da família a se cadastrar, no mês passado. De lá para cá, ela escreveu sobre suas atividades na política e também sobre sua vida particular. Ontem de manhã, postou: "Atualizando-me nas notícias. Operadoras de cartões de crédito terão restrições. É bom! Agora, reunião Executiva PT-PR." No dia 25 de abril, colocou um texto bem pessoal: "Namorando. Criancas com a vó." Os filhos sempre são lembrados no espaço. "João Augusto, 7 anos, criou seu MSN. Qual a influência da internet na educação de nossas crianças?", questionou no site. "Domingo quentinho. Em casa, com PB e as crianças. Só não sei quem vai cozinhar", informou no domingo.

Gleisi chegou a ler e ouvir comentários contrários à sua exposição no site, mas não mudou a rotina. "Sou uma pessoa pública. Coloco o que estou fazendo, o que vou fazer e o que acho das coisas?" explicou ao Valor, enquanto cumpria agenda de encontros do PT no Norte do Estado. "Visitei várias cidades e coloquei isso lá." Sobre os textos em que fala de eventos, dos filhos e do "PB", como normalmente escreve o nome do marido, Gleisi disse que tem casa, vai ao cabeleireiro e ao shopping. "Não vivo só de política, sou um ser humano."

No Twitter, Gleisi é seguida por 128 pessoas e segue 48, ou seja, ela acompanha informações colocadas por outros usuários, entre eles o presidente Barack Obama e Al Gore, nos Estados Unidos, e brasileiros como o jornalista Marcelo Tas, apresentador do programa de televisão "CQC", exibido pela Band, um dos mais populares do site. As atualizações que os participantes do site fazem são exibidas no perfil do usuário e enviadas a outros que tenham assinado para recebê-las.

Paulo Bernardo, embora tenha entrado no Twitter há um mês, até agora só colocou sete textos, o último no domingo: "O alarido sobre terceiro mandato, tenta jogar na conta de Lula, a prorrogação, por dois anos, de todos os mandatos. Não dá, né?" No primeiro, datado de 24 de abril, diz: "Cheguei de viagem. Em casa, com as crianças". "Paulo é pouco disciplinado, esquece de por as coisas", reclama Gleisi.

O ministro disse, por meio da assessoria, que "está testando a ferramenta", mas planeja aumentar o número de postagens. Por enquanto, tem procurado escrever uma vez por semana. A esposa falou no site sobre a experiência do ministro com a ferramenta. "O Paulo Bernardo teve problemas com a ´geringonça´ do Twitter. Teve de fazer outro."

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), também está no Twitter, mas escreve apenas sobre assuntos ligados ao cargo que ocupa, sobre palestras, inaugurações e projetos. "Escolas abertas no final de semana. Já são 72 em Curitiba, no 'Comunidade Escola' . É o ponto de partida para o desenvolvimento dos bairros", postou ontem. "Fui convidado por Bill Clinton para o 5º encontro da Clinton Global Initiative, que acontecerá em Nova York, de 22 a 25 de setembro", informou no dia 14. (ML)

Fonte:
Marli Lima
Correspondente do jornal Valor Econômico em Curitiba
41 3023-6856 ou 9996-0248

25 de mai. de 2009

Call for paper: Political Representation



http://www।nccr-democracy.uzh.ch/nccr/about

Call for papers: Political Representation: New Forms of Measuring and Old Challenges

DEADLINE: June 15, 2009; Workshop at the University of Berne, Switzerland on November 12-13, 2009

2009-05-25

Workshop on “Political Representation: New Forms of Measuring and Old Challenges”

Abstract

In social sciences, ’representation’ is a well studied research topic. For early liberal political scientists at the beginning of the establishment of representative democracies such as John Stuart Mill or James Madison, the research on conditions of the best political representation was one of the main preoccupations. Since then, research on ’representation’ has widely differentiated.

We can at least distinguish between three approaches for measuring ’representation’, each of them basing on different normative starting points and using different measures.

1. The procedural approach (proportional representation) bases on a minimalist liberal model that defines democracy as a method for the selection of political elites by elections.

Political representation is seen as an important prerequisite for the elite to act in the interest of the represented. The degree of representation in this view depends on the congruence between votes and seats that depends on different institutions.

2. Contrary to the procedural approach, the substantial approach (issue / policy representation) focuses on the output and not on the input side of representation. This approach bases on a responsive model of democracy: representatives act responsively if they take political decisions that citizens want. The degree of representation thus depends on the (issue-)congruence between the preferences of the representatives and the represented in given policies.

3. In the understanding of the descriptive approach of representation (social representation), the degree of representation is highest when minorities are adequately mirrored in the representative body. Basing on the principle of equality, this approach highlights the importance of a fair, i.e. inclusive representation. This needs a minimal foundation of confidence between the representatives and the represented that can only result when the former share important characteristics (such as gender, provenance, social background, etc.) and views with the latter. All three approaches have quite a long tradition in political science. Beginning with Duverger, Rae, Miller and Stokes or Pitkin, the measurement of representation has developed over time, together with the amount of contributions focusing on the vote-seat-paradigm, the adequate measurement of issue congruence or the inclusion of minorities.

Today, representative democracies face new challenges. The decrease of confidence in the political elite – the representatives – certainly belongs to the most important ones. To have a better insight why representation does not seem to fulfil its job any more, we should care about new forms of representation, and about instruments that enhance representation and trust. In our workshop we want to take a first step into this direction by discussing new possibilities of measuring political representation. In particular we welcome contributions covering the following topics and questions:

1. We lack an integrating view that combines the three approaches, which are often defined as competing against the others.

2. In recent years Internet applications gave us opportunities to calibrate the congruence between preferences of candidates and voters in a more fine grained way. But up to now there is only little knowledge whether the widespread use of such applications has an impact on the processes of political representation, and if yes, in what way and to which degree political representation is influenced.

3. The classic representational study is based on survey data. But there are additional data sources (e.g. data from the above mentioned Internet applications or from quantitative text analysis). Could a broader database open new and better insight on political representation in general and issue congruence in particular?

4. Basing on surveys, we can see that parties increasingly seem to be the least credible political actors. We should ask whether the organization of the representation of interests still should be done by parties or whether we should broaden our concepts on more informal forms of representation through NGOs, interest groups and so on.

Organisation

The workshop will take place at the University of Berne, Switzerland on November 12-13, 2009. It is organized by the projects IP14 “Democracy Barometer” and IP16 “smart-voting” from the NCCR Democracy research program (www.nccr-democracy.uzh.ch). The workshop is likely to include about 20 contributions. The NCCR Democracy will cover travel costs and accommodation.

Procedure and possible publication

  • Deadline for proposals (1-2 pages, in English): June 15, 2009.
  • Notification of acceptance: July 3, 2009.
  • Submission of full papers (15-25 pages, in English): October 26, 2009.
  • A later publication of selected contributions is intended.

Further information

Marc Bühlmann (marc.buehlmann@zda.uzh.ch), Jan Fivaz (fivaz@nccr-democracy.uzh.ch), Daniel Schwarz (daniel.schwarz@zda.uzh.ch)

22 de mai. de 2009

Casa Branca lança iniciativa de participação pública na internet


WASHINGTON, EUA, 22 Mai 2009 (AFP) - A Casa Branca lançou nesta quinta-feira uma iniciativa que convida os americanos a contribuírem com ideias para tornar o governo mais transparente e lançou um site para divulgar dados federais.


Valerie Jarrett, assessora do presidente Barack Obama, descreveu a "Open Government Initiative" como um esforço para aumentar a participação dos cidadãos comum nas decisões políticas.


"Em nome do presidente, quero convidar todos vocês a se juntarem a nosso novo processo de compromisso público na formulação de políticas e contribuir com seus conhecimentos e ideias para a criação de um governo mais aberto", disse Jarrett.


"Esta é uma oportunidade para debater ideias, discutir as mais promissoras e colaborar em nossos próximos passos", acrescentou a funcionária, em um vídeo colocado em um novo blog localizado no site da Casa Branca (whitehouse.gov/open/blog).


"Prometeremos a vocês considerar cuidadosamente de seus comentários, sugestões e propostas, utilizando as melhores para estabelecer nossas práticas para o futuro", afirmou Jarrett.


O projeto inclui uma etapa de debate na qual o público é incentivado a apresentar ideias, seguido de um diálogo de dois dias e finalmente uma sessão para recomendações finais.


A Casa Branca lançou simultaneamente um novo site chamado Data.gov, que dá acesso sem filtros a informação do governo.


O governo destacou que a informação sobre assuntos federais até agora estava dispersa em distintos sites e formatos, tornando difícil seu acesso, e o Data।gov tem ferramentas de busca e extração de dados.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1163533-7084,00-CASA+BRANCA+LANCA+INICIATIVA+DE+PARTICIPACAO+PUBLICA+NA+INTERNET.html

20 de mai. de 2009

Call for papers on "Disintermediation Processes and New Media"



Italian Political Science Association (SISP)
Annual meeting, Luiss University, Rome, 17-19 September 2009

Panel on "Disintermediation Processes and New Media"
Section of POLITICAL COMMUNICATION
Convenors: Lorenzo Mosca (lmosca@uniroma3.it) and Cristian Vaccari
(cristian.vaccari@gmail.com)

By promoting processes of disintermediation, the new media stimulate the production of autonomous information flows, which bypass gate-keeping practices by both political actors and traditional mass media. While journalists maintain an important filtering function between society and the mediated public sphere, they have to face a double challenge.

On the one hand, they are by-passed by the proliferation of alternative media, especially online (web radios, portals, blogs, forum, street televisions, and so forth). On the other hand, they have to deal with the possibility for political and social actors to autonomously represent themselves via the new media, not least through social networking tools (Facebook, MySpace, Twitter, etc.).

In turn, these new communication arenas enable actors that are outsiders in the institutional political sphere to autonomously organize themselves and, in some cases, to incisively participate to public life. How does, then, the functioning of the public sphere and political communication change as a result? How does the relationship between communication producers and receivers change when disintermediation processes occur? Under which conditions can effective participatory spaces be opened up for actors excluded from the institutional sphere? Which strategies do political actors devise to take advantage of these opportunities, and to what extent are they motivated to doing so?

During the last decade, the scientific literature on these issues has produced comparative analyses on the online presence of political parties, unions, representative institutions, civil society actors and groups, or of some combinations of these different actors. Most of these studies have utilized standardized codebooks for website analysis. Other studies, however, have developed insightful qualitative analysis, while at the same
time being limited by their focus on single case-studies.

While this line of research has mostly focused on the organizational (meso) level, research on the individual (micro) level has only episodically relied on fully representative surveys capable of solid generalizations. The surveys conducted so far have often been based either on samples representative of the whole population – where, as a consequence, a limited amount of items focused on internet usage – and surveys on self-selected samples of internet users, which in some cases featured articulated sets of indicators on information consumption and production online, but offered little in terms of generalizability.

Moreover, to date the literature does not feature any longitudinal study of internet users.

This panel aims at collecting contributions focusing on processes of disintermediation enabled by new media, focusing on both individuals and organizations. We particularly welcome proposals that integrate quantitative and qualitative methods and that shed light on the role of contextual factors in these participatory practices, thus illuminating the nexus between online and offline environments.

SUBMISSION PROCEDURE
Please send a title and an abstract of up to 250 words to lmosca@uniroma3.it or cristian.vaccari@unibo.it by June 15, 2009.

Proposals and papers can be submitted either in English or Italian. A decision about which contributions to include will be made by June, 20
2009.



_______________________________________
Lorenzo Mosca
Università degli Studi Roma Tre
Facoltà di Lettere e Filosofia - DAMS
Dipartimento Comunicazione e Spettacolo
Via Ostiense, 139 - 00154 Roma
Tel. ufficio: 06-57334051
http://www.dicospe.com
http://www.iue.it/MaxWeberProgramme/FellowsCVs2006_07/MoscaCVJan09.pdf

18 de mai. de 2009

Papers sobre Internet & Politics na conferência do ECPR



Este blog não pretende ser, como muitos outros blogs, uma espécie de projeção narcisista da personalidade de seu autor. Também não pretende ser, como outrostantos blogs burocráticos, uma espécie de "Você S.A." onde se mostra apenas aquelas informações estritamente necessárias para a auto-promoção de seus editores (a famosa "ponta do iceberg") ocultando-se o essencial, como é típico aliás de organizações burocráticas.

Assim sendo, como escrevemos anteriormente, faremos um esforço para postar a maior quantidade possível de informações que consideramos ser de interesse público para todos aqueles interessados na temática "Internet e Política".

Prosseguindo no comprimento dessa meta, postaremos hoje a programação da Conferência de Postdam do ECPR [porque la vida es gratis]. Há uma sessão sobre "Internet & Politics" onde serão apresentados cerca de 77 papers e painéis de amplo interesse para quem pesquisa a temática.

É uma ótima oportunidade para os pesquisadores e curiosos (pois, afinal, este blog não é dirigido apenas a especialistas) se atualizarem nos estudos que estão sendo apresentados sobre a temática, numa instituição de ponta dos polítólogos europeus. [sujeito a revisão - SSB]

16 de mai. de 2009

Manifestações contra o AI-5 digital ou "PL Azeredo"


Após uma longa ciberagitação pela internet, realizou-se na Assembléia Legislativa de São Paulo o ato contra o "AI-5 digital" (PL Substitutivo do Senador Azeredo (PSDB/MG) regulamentando o uso da internet).

Foram postados no Youtube diversos vídeos divulgando e cobrindo o ato. Aqui indicaremos alguns deles.

O post que inserimos anteriormente, sobre a aprovação de PL análogo pela base parlamentar do governo Sarkozy na França, mostra que atualmente há uma movimentação internacional das forças conservadores e de grandes interesses empresariais, bem como de marajás da indústria cultural, contra o compartilhamento de informações e a livre circulação de arquivos pela Web.

Como se vê, não são apenas os regimes ditatoriais pelo mundo afora que impõem restrições ao uso da Web pelos internautas.

Um sinal de que estes setores articulam a aprovação urgente da lei -- assim como na França -- são algumas matérias que sairam em órgãos da grande imprensa nesta semana sobre os "crimes" na internet.

Lobistas já estão atuando e o relator da proposição tirou da manga um parecer favorável à aprovação da proposição [
clique aqui para informações sobre a estratégia a ser empregada pelos interessados na sua aprovação].

Tendo em vista a composição de nosso Congresso, sempre subserviente aos interesses mais conservadores, a tendência é que o PL seja aprovado ficando o ônus do veto de seus dispositivos mais draconianos para o presidente Lula. Pelo menos é o que prognosticamos aqui (17/05/2009).

13 de mai. de 2009

França pode cortar internet de usuário que baixar conteúdo ilegal


São Paulo - 'Piratas' receberão 3 avisos antes de ter internet interrompida por até 1 ano. Lei ainda precisa ser aprovada no Senado francês.

A França quer desconectar os usuários de internet que baixarem conteúdo ilegal ou protegido por direitos autorais. A lei antipirataria foi aprovada na terça-feira (12/05) pela Assembleia Nacional da França (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira).

Segundo o jornal britânico The Guardian, o projeto de lei criará uma nova agência governamental chamada Hadopi - a sigla significa “Alta Autoridade para Difusão de Obras de Arte e proteção de Direitos na Internet”.

O grupo enviará uma mensagem para qualquer usuário que tenha infringido direitos autorais online. Se for necessário, a mensagem será enviada duas vezes. Quando as autoridades forem informadas sobre uma terceira infração, o acesso à internet do cliente pode ser interrompido por um período de dois a 12 meses, sem direito a apelação na justiça.

Grupos de consumidores disseram que a criação de um corpo “não-jurídico” com tais poderes “ameaça as liberdades civis”. Atualmente, ações contra compartilhamento ilegal de conteúdo são levadas para a corte francesa.

Advogados afirmaram que a determinação dos parlamentares franceses pode transgredir a Convenção Europeia de Direitos Humanos. A esperada reforma na regulamentação das telecomunicações pela União Europeia tem enfrentado muitas controvérsias se as cortes devem ou não ser envolvidas nos processos.

A lei ainda precisa ser votada pelo Senado e a expectativa é de que seja aprovada já na próxima semana.

Fonte: http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/05/13/franca-pode-cortar-internet-de-usuario-que-baixar-conteudo-ilegal/

Trata-se de um projeto polêmico, que regula uma questão que está sendo discutida internacionalmente. Em breve, nossa opinião sobre o assunto. Embaixo, alguns subsídios para uma discussão mais fundamentada do tema [SSB]
Aqui o texto do projeto, originalmente enviado à Assembléia Nacional Francesa em 28 de junho de 2008
Aqui a íntegra da reunião legislativa onde foi debatido o projeto
Aqui o resultado da votação
Aqui a o PL aprovado após as modificações, a ser enviado para o Senado
Abaixo o vídeo da sessão

12 de mai. de 2009

A descoberta do óbvio: Obama Divide


A revista Veja publica nesta semana uma longa entrevista com Ben Self, um dos estrategistas da campanha de Barack Obama. Ben Self descobriu o óbvio, ou seja, que a Internet, por suas características enquanto mídia e ferramente tecnológica, pode ser usada como um poderoso instrumento de estímulo à ação coletiva e de agregação de vontades e decisões individuais (dentro das quais podemos incluir as campanhas eleitorais). Por causa de sua importância, postaremos a entrevista na íntegra. Agreguemos apenas que já há uma ampla bibliografia acadêmica analisando as inovações introduzidas pelo Staff de Barack Obama em sua última campanha, que iremos postando aos poucos aqui neste blog. Aguardem.

Por ora, postaremos uma entrevista que concedemos no início deste ano à rádio CBN analisando alguns aspectos do fenômeno (cf. o link abaixo) BRAGA, Sérgio. . Como a internet pode ser um canal de comunicação entre o governo e a sociedade? (entrevista à rádio CBN) [disponível em: http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-total/2009/01/01/COMO-A-INTERNET-PODE-SER-UM-CANAL-DE-COMUNICACAO-ENTRE-O-GOVERNO-E-A-SOCIEDADE.htm]. 2009. (Apresentação em rádio ou TV/Outra).

(SSB).


Entrevista

A internet de Barack Obama

11/05/2009 18:39

Ben Self foi um dos responsáveis pelo uso revolucionário da internet nas eleições para a presidência dos Estados Unidos. Sócio fundador da Blue State Digital, empresa especializada na criação de estratégias on-line, Self atuou como diretor de tecnologia do partido Democrata durante a campanha vitoriosa de Barack Obama. Ele vem ao Brasil entre os dias 17 e 21 de maio, e vai se encontrar com políticos, empresários e representantes de ongs em São Paulo, Brasília e Porto Alegre. Ele concedeu a seguinte entrevista ao editor de VEJA Diogo Schelp de sua casa em Lexington, Kentucky.

Algum político brasileiro entrou em contato com vocês para ajudá-los na campanha do ano que vem?
Sim, iniciamos conversas com alguns, para ver se estabelecemos uma parceria. Nada estabelecido, ainda. Nós já estamos trabalhando na Inglaterra, no México, na Nova Zelândia. Mas não posso dizer ainda quem entrou em contato conosco no Brasil.

De que maneira a internet ajudou na vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais do ano passado?
A ideia era construir uma relação diferente com os eleitores, usando a internet de maneira transparente. A grande vantagem da tecnologia é que ela nos permitiu falar diretamente com as pessoas.

Que recursos vocês utilizaram para isso?
Usamos um software que registra tudo sobre as pessoas que frequentavam o site do candidato, desde nome e email até o tipo de interação que elas tiveram com a campanha. Conseguíamos, por exemplo, saber quais eleitores liam os email que enviávamos e em quais links das mensagens eles clicavam. Havia também uma ferramenta que transformava os apoiadores de Obama em cabos eleitorais por telefone. Com base em informações que disponibilizávamos no site da campanha sobre eleitores indecisos, os apoiadores de Obama podiam ligar para cada um deles sem sair de casa, para fazer propaganda. Em outros tempos teríamos de ter uma central de telemarketing. Outra ferramenta do nosso site era chamada “Vizinho a vizinho”. As pessoas encontravam na página de Obama o endereço dos dez eleitores indecisos mais perto de sua casa. O voluntário, então, ia até a casa dessas pessoas, conversava com elas e, na volta, colocava todas as informações coletadas no nosso site, contribuindo para o nosso gigantesco banco de dados. Com isso, éramos capazes de saber quem ainda precisava ser convencido a votar em Obama e com quais argumentos.

Não há um problema de privacidade nessa estratégia?
Não, por dois motivos. Primeiro porque, nos Estados Unidos, qualquer um pode ir a uma repartição do seu estado e pedir uma lista dos eleitores registrados. Segundo porque as únicas informações que a gente dava no site era o nome e o endereço dos eleitores, o que pode ser encontrado na lista telefônica. São informações públicas.

Como vocês usavam a internet para financiar a campanha?
Uma técnica muito comum para conseguir doações de campanha nos Estados Unidos é enviar um email com a seguinte proposta ao eleitor: “Temos uma empresa disposta a doar 3 dólares para cada dólar que você der para a campanha, desde que você o faça no prazo de três dias.” As pessoas não acreditavam nessa conversa. Resolvemos adotar um método diferente. Enviamos email para cada uma das pessoas que já haviam doado dinheiro para a campanha de Obama e perguntamos a elas se aceitariam dar 10 dólares se conseguíssemos convencer outros eleitores a doar também. O próximo passo foi enviar mensagens para apoiadores de Obama que nunca haviam doado antes com a seguinte informação: “Temos 10.000 pessoas que dizem estar dispostas a doar de novo, se você doar 10 dólares. E para provar o que estamos falando, vamos lhe colocar em contato com essas pessoas, para que vocês possam trocar mensagens sobre Obama”. Esse tipo de realismo e de transparência, conectando eleitores aleatórios que não têm nada em comum além da paixão pelo mesmo candidato, foi realmente um instrumento poderoso para mobilizar apoiadores e doadores.

Por que a estratégia das doações pequenas funciona melhor do que os meios tradicionais de financiamento de campanha?
Há muita energia acumulada nas campanhas políticas. Em vez de ter algumas milhares de doações de alto valor, conseguimos 3,2 milhões de pessoas dispostas a dar pequenos valores, de menos de 100 dólares. Tínhamos uma lista de email com 13 milhões de contatos. Se conseguíssemos que toda essa gente fizesse algo pela campanha, sabíamos que muita coisa seria realizada. Essa rede massiva de voluntários permitiu que nós conversássemos com mais eleitores do que jamais imaginaríamos que seria possível. A quantidade de dinheiro arrecadado on-line, que foi superior a meio bilhão de dólares, esmagou qualquer outra fonte de arrecadação. Você consegue mais dinheiro de muita gente dando pouca quantidade do que de pouca gente capaz de doar muito dinheiro cada uma.

Como vocês fizeram para construir essa gigantesca base de dados on-line?
Ela começou muito pequena. O que fizemos foi transformar as pessoas que visitavam nosso website em fontes de informação para o banco de dados. No site de Obama, elas eram estimuladas a fornecer o seu endereço, o seu nome e a se envolver de alguma forma na campanha. Havia, logo na primeira página, quinze maneiras diferentes de se fazer isso. Desde as ferramentas de que já falamos, até a possibilidade de sediar festas, descobrir onde estavam acontecendo os comícios mais próximos. Bastava digitar o código postal de sua rua. Havia sempre algo que se encaixava dentro das possibilidades do visitante do site. Desta forma, a lista de participantes foi crescendo, e com a ela nosso banco de dados.

Os vídeos de Obama no site foram vistos mais de 15 milhões de vezes. O que explica essa popularidade?
Não eram apenas vídeos de uma candidato parado falando para a câmera. Eram vídeos interessantes. Não eram chatos. O famoso discurso sobre raça que Obama fez na Filadélfia, de 45 minutos, foi visto por mais gente na internet do que em todos os canais de TV somados. A habilidade para criar uma relação com as pessoas e falar diretamente com elas, em vez de através uma propaganda de 30 segundos na TV, foi a grande diferença.

Essa estratégia deu certo porque Obama é popular, ou poderia ter funcionado com qualquer político?
De fato, foi uma circunstância muito especial. Era um grande candidato. Se você não tem Barack Obama, provavelmente não conseguiria arrecadar meio bilhão de dólares on-line. Mas a estratégia não está atrelada a um único candidato. Ela lida com a natureza humana e é sobre construir relacionamentos entre as pessoas. Isso vale para qualquer país. Esteja você trabalhando para uma empresa ou para um candidato. Nós temos mais de 200 clientes, todos se valendo dessas estratégias, seja uma grande corporação, uma pequena empresa ou universidades.

A arrecadação de doações on-line pode ser a solução para a questão do financiamento de campanhas, desvencilhando os candidatos tanto do dinheiro público quanto das doações de grandes empresas?
Nos Estados Unidos, há um limite de quanto se pode doar a uma campanha. É pouco mais de 2.000 dólares. A possibilidade de conseguir um grande número de pequenos doadores on-line é um grande negócio para a política e para a democracia. Isso resolve boa parte do problema com dinheiro na política. Você deixa de ter aquela única empresa ou pessoa que tem tanto poder sobre o político e passa a depender de uma vasta massa de pessoas que vão cobrá-lo não pelas pequenas doações que deram, mas por temas de interesse do país.

Em um país onde nem toda a população está conectada à internet, como é o caso do Brasil, uma estratégia como essa pode funcionar?
Seria preciso adaptar algumas das ferramentas on-line. Pode-se, por exemplo, ampliar o uso das mensagens enviadas para telefone celular. Você não consegue angariar eleitores suficientes para eleger ninguém pela internet. O que se faz é usar a internet para envolver um certo número de pessoas na campanha. Elas saem do mundo virtual para o mundo real para convencer outros eleitores a votar em seu candidato. Mesmo que sejam só 10% dos eleitores, você pode transformá-los em ativistas para sua campanha e convencê-los a sair para falar com os outros 90%. E é preciso lembrar que o número de pessoas conectadas só tende a aumentar.

A campanha on-line também é mais barata?
Sim. Os gastos com os serviços on-line em uma campanha são ínfimos. A maior parte do dinheiro é gasto em propagandas de televisão e em mão-de-obra.

De que maneira a internet pode devastar uma candidatura?
Para os políticos, nenhuma conversa é privada com a internet. Você tem de partir do princípio de que tudo o que você fala fora de casa está sendo gravado ou filmado e que isso vai parar na internet, se for comprometedor. Portanto, não se pode dizer nada que possa lhe constranger. Em 2006, esse fenômeno ajudou a eleger um senador da Virgínia, quando se espalhou um vídeo do seu oponente fazendo comentários racistas. A facilidade de colocar vídeos na internet promoveu uma grande mudança de comportamento na política. Isso é bom, porque quanto mais informação se tem sobre um político, tanto melhor. Mas a internet também permite ser muito rápido na resposta, ser relevante para explicar os fatos e boatos.

De que forma sites de relacionamento como Orkut, MySpace e Facebook podem ser úteis para uma candidatura?
Quando você tem uma comunidade de pessoas já engajadas em torno de assuntos específicos, como é o caso das redes sociais, pode-se usá-la também para discutir questões políticas. Através desses sites, é possível se comunicar com estas pessoas num ambiente em que elas se sentem confortáveis. Essa é a grande transformação que veio com a campanha de Obama: canalizar a energia comunicativa das pessoas que estão conectadas à internet, seja no Facebook, no Twitter ou no site do candidato, para uma ação política relevante. Pode-se transformar esse entusiasmo com as novas tecnologias em voluntariado para a campanha, por exemplo.

Fonte: Revista Veja (11/05/2009) [Link aqui]


Papers 8º Lusocon



No site da Universidade Lusófona podem ser baixados vários papers do recém-realizado 8º Lusocon. Há muito material interessante lá para quem quer atualizar-se sobre trabalhos recentes na área e encontrar inspiração para suas próprias pesquisas. (Porque la vida es gratis)

Foram apresentados os seguintes "papers" sobre a temática da internet:

Comunicação Política

A Comunicação Política na Era da Internet Resumo PDF
João Canavilhas

Comunicação Audiovisual e Multimédia

As TIC como instrumento útil nos processos de recuperação de dependentes de pornografia disponibilizada na Internet Resumo PDF
Ana Sofia Neves, Rui Raposo

Sociedade da Informação e Novas Tecnologias

O Consumo da Internet nas Sociedades Luso-Brasileira Resumo PDF
José Gabriel Andrade

Estética, Arte e Design

A Arte de Internet: na fronteira entre Arte e Tecnologia Resumo PDF
Inês Mécia de Albuquerque
A influência da internet no design gráfico das publicações em papel Resumo PDF
Sabrina Bleicher, Ana Isabel Veloso, Berenice Santos Gonçalves

(SSB)

11 de mai. de 2009

Interatividade Nula


A edição de ontem da Gazeta do Povo publicou três longas reportagens sobre o uso da internet pelos políticos brasileiros. Numa delas, divulgamos resultados parciais de algumas pesquisas que realizamos sobre o assunto. Em breve, postaremos neste blog as versões integrais de algumas delas. [SSB]

Vida Pública

Segunda-feira, 11/05/2009

Correspondência eletrônica

(Não) fale conosco

Políticos usam mal a internet como instrumento de diálogo com os cidadãos. Uns demoram a responder, outros são grosseiros e a maioria ignora os e-mails recebidos

Publicado em 10/05/2009 | Brasília e Curitiba - André Gonçalves e Euclides Lucas Garci

Entrar em contato com a maioria dos políticos em exercício de mandato exige bastante paciência por parte do cidadão. Apesar das novas ferramentas digitais, como blogs e twitter, além do não tão recente e-mail e das velhas cartas de papel, a população encontra dificuldades para dialogar com seus representantes.

Nos últimos dois meses, a Gazeta do Povo enviou e-mails com nomes fictícios sobre variados temas para o presidente Lula (PT), o governador Roberto Requião (PMDB), o prefeito Beto Richa (PSDB) e os 30 deputados federais e três senadores do estado. Obteve apenas 11 respostas até sexta-feira.

Requião foi o mais ágil, embora quase todas as respostas encaminhadas por ele tenham sido agressivas.

Dentre os congressistas, o senador Osmar Dias (PDT) e o deputado federal Dr. Rosinha (PT) foram os únicos parlamentares a retornar as mensagens. Assim como eles, todos demais foram questionados sobre o escândalo das passagens aéreas.

Ao prefeito Beto Richa, a reportagem pediu explicações sobre a prorrogação do contrato com a empresa que opera o sistema de radares em Curitiba – o que foi questionado pelo Ministério Público Estadual. Uma outra mensagem solicitava informações sobre a conclusão das obras na Linha Verde. Apesar de a assessoria da prefeitura garantir que o prazo médio de retorno dos e-mails é de três dias, ambas as mensagens – que, de fato, esclareceram as dúvidas levantadas – foram respondidas somente nove dias depois do envio.

O presidente Lula foi questionado no dia 22 de abril sobre as ações do governo federal para amenizar a crise no comércio de carros usados. De acordo com o departamento responsável pela correspondência do Palácio do Planalto, as respostas costumam demorar no máximo dez dias. No entanto, a mensagem da Gazeta do Povo foi respondida no 12º dia e apenas agradecia o envio do e-mail.

Blogs

No mesmo dia em que a mensagem foi enviada, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, anunciou que o presidente deve criar um blog até o final do ano.

A ferramenta foi utilizada durante toda a campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos e foi mantida após a posse na Casa Branca. Obama também usa o twitter e conseguiu a maior parte das doações por meio do site de campanha.

No Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral deve entregar até o final deste mês um estudo sobre a viabilidade das doações eleitorais pela internet.

Entre os congressistas paranaenses, apenas Alvaro Dias (PSDB) tem um blog. A ferramenta também foi utilizada por Beto Richa e Gleisi Hoffmann (PT) durante a campanha à prefeitura de Curitiba. Gleisi atualmente usa o twitter, assim como o marido, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Problema geral

O descaso com o uso de instrumentos digitais de comunicação com os eleitores não é restrito aos políticos do Paraná. O cientista político Sérgio Braga, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez uma pesquisa em maio de 2008 nas 27 assembleias legislativas do país e detectou que 66% dos 1.059 deputados estaduais brasileiros não têm site próprio.

Logo depois, durante as eleições municipais, Braga fez um levantamento entre os cerca de 1,5 mil candidatos a vereadores das três capitais do Sul do Brasil – Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Apenas 366 construíram sites de campanha.

Segundo ele, os políticos ainda não perceberam os ganhos possíveis com o uso da internet. “A maioria dos deputados, por exemplo, não tem o hábito de responder a e-mails porque acha que o mandato está mais ligado a outras coisas, que não tem a ver com o diálogo com o eleitor”, explica.

No entanto, o cientista político destaca que as ferramentas digitais ajudam a dar credibilidade aos governantes. “Elas são a melhor maneira de dar transparência às campanhas e mandatos, mas não têm resultado imediato. Servem como uma maneira de fidelizar o eleitor ao longo do tempo.”

10 de mai. de 2009

Domingueira



Evidentemente que há muitas outras coisas ocorrendo na Web além da Política, que tem dado origem a pesquisas com diferentes graus de profundidade e abrangência. Vejam abaixo o interessante inventário efetuado por quem se assina Don von Schriltz , na lista Piazzolla.org. Desconheço quaisquer pesquisas de natureza homóloga sobre atividades políticas no youtube. Oxalá a leitura do relato de nosso meticuloso von Schiltz estimule os politólogos a efeturem pesquisas semelhantes sobre as atividades políticas no "você no tubo", como querem os puristas da língua.

There were 490 videos of Piazzolla’s music posted on YouTube in the month of April, 2009 – down slightly from the 514 videos found in the previous month. 385 (79%) of the videos were performance videos featuring live performances. The others were videos which used Piazzolla’s music as a sound track for photo or video montages. I highlighted my journey through these many videos in my Piazzola on Video blog which I hope some of you have visited.

Forty-two percent of the performance videos were in the classical mode, 24% in Nuevo tango, 22% in pop and 12% in jazz.

Here are the most frequently performed pieces this month (Libertango was the most frequently played – 24% of the total; the others follow in order):


1. Libertango
2. Oblivion

3. Adios Nonino

4. Verano Porteño

5. Histoire du Tango - Cafe 1930
6.
Otoño Porteño
7.
La muerte del angel
8.
Invierno Porteño
9.
Concierto for bandoneon and orchestra
10.
Histoire du Tango - Nightclub 1960

The top three on this list seem to be fairly stable month-to-month but the bottom seven change every month.

The performance videos came from 49 different countries. As might be expected, Argentina posted the most videos: 83. The top ten posting countries are listed in order here:

1. Argentina

2. Italy

3. France

4. USA

5. Russia

6. Spain

7. Germany

8. Ukraine

9. Netherlands

10. Romania


There were 7 videos posted which featured performances or interviews with Piazzolla. Two of these have not been posted before on YouTube although one is available on a commercial DVD.

Quality of performance varied from excellent to bizarre. My favorite performance of the month was the Camerata Porteña's version of Escualo. Although the instrumentation is a bit unusual, the sound is pure Nuevo Tango.


The choice for most bizarre this month was difficult. I have chosen a video which is more unusual than bizarre. It features a father/son duo playing saxophone and drums in a video titled Garden Piazzolla. It makes me wonder if Astor Piazzolla ever sat in the garden with his bandoneon while his grandson, Pipi, played drums.


I have put a table with links to all 490 videos as well as some more information on the videos on the April link in my Piazzolla Video Website.


Fonte: astor@forum.piazzolla.org